quarta-feira, 4 de abril de 2012

Disto do pseudo conflito de gerações..


Quando falei na descrença nas próximas gerações surgiram, e bem, comentários indignados.
Ora bem, naturalmente, que eu sei que as generalizações são sempre injustas e, por vezes, erradas.
Foi apenas a minha opinião sobre o assunto. Opinião formada pelo que vejo in loco, pelo que leio no facebook, pelo que vejo nos festivais de verão, nas notícias e não é difícil reconhecer-se um padrão.
Só que, como é lógico, as pessoas não são, literalmente,  t-o-d-a-s  assim.
Diziam que as gerações "mais velhas" têm tendência a olhar sempre com maus olhos para as mais novas, sempre críticos e superiores.
Ora bem, pelo contrário, a minha geração não é melhor que qualquer outra e o que me preocupa é um pouco a perda dos valores, no geral, e de isso ser cada vez mais cedo. 

Quanto à minha geração, a minha opinião vai no mesmo sentido. É uma geração que bebe até cair e acha que isso é absolutamente normal, que pensa que isso nunca vai trazer repercussões, cada vez mais irresponsável e com cada vez piores hábitos. Banalizou-se o álcool, as ditas drogas leves e com isto todo o resto.
Uma parte dela licencia-se em ciência psico-analíticas-ambientais-e-tecnológicas  (vulgo cursos que não têm espaço no mercado de trabalho e que não há como escoar profissionais)  que depois fica muito revoltada porque tem um diploma e não tem emprego.
Isto respeitando muito os licenciados que podiam dar real contributo ao país e que estão no desemprego, porque para lá caminho, mas pronto..

E, no que toca a relações, se antes era difícil ter sexo, hoje é difícil ter amor.
Porque tudo acontece a uma velocidade alucinante, quando as pessoas nem sequer se conhecem.
É a geração do não há tempo a perder. E claro que algo se perde. Banalizou-se tudo, algo terá que se perder.
Uma colega minha podia ter hoje uma doença infecto-contagiosa, porque se envolveu com um tipo, que mal conhecia, que tinha a doença. Por sorte, muita sorte, não teve. Isto há 2/3 meses e o actual namorado nem sabe.

Enfim, não quero com o outro post dizer que a minha geração é que a sabe toda e que são todos muito inteligentes e sensatos, não é verdade.
E se isso me ofende? Não, porque eu não me reconheço nesse retrato.
É a sociedade que estamos a construir e a gerações mais velhas não podem se abstrair de responsabilidades, porque é exactamente ela que está a educar as gerações do futuro.

5 comentários:

Ju disse...

É exatamente isto! Clap, clap, clap! ;)

Anónimo disse...

o problema é que o principio da tua observação está claramente enviesado, porque tu é que seleccionaste os locais onde encontras esse tipo de pessoas. O outro tipo de pessoas, que talvez interessem, e dos quais eu atesto ser a maioria dos que fazem parte da MINHA amostra, são o oposto. Porque eu não uso facebook, nem ando na noite em bares e discotecas, porque a maioria das pessoas que me interessam não o fariam e fazemos coisas interessantes que não envolvam cair para o lado e falar de idiotices.

(se vais ao deserto, não podes ficar surpreendida por encontrar camelos).

Eva Luna disse...

Obrigada Ju :)

Nocas disse...

Quanto ao anónimo discordo completamente. Uma pessoa pode ser inteligente, ter noção que ser divertido não é beber e cair para o lado e ainda assim frequentar discotecas e o facebook. Eu posso gostar de ir dançar com os meus amigos porque é divertido. Fazer idiotices? Fazer idiotices uma vez por outra também é viver, passar a vida a fazer idiotices é que já não concordo

Anónimo disse...

mas não podes esperar encontrar pessoas inteligentes em discotecas e afins, ainda para mais com esta idade em que as pessoas começam a dirigir os seus interesses para outros programas. É tudo matemática, probabilidades: a probabilidade de se encontrar alguém interessante numa biblioteca é bem maior do que numa discoteca.

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