segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Oh well...


Este ano já dava indícios que ia ser uma #5$r#$ desde muito cedo.

Comecei o ano, dia 1, no mar a molhar os pés, num pseudo ritual de renovação e recomeço. Escrevi 2020 na areia molhada, pedi desejos e força, tudo muito filosófico. No dia 2 fiquei bastante constipada em consequência disto...

Depois disso o meu carro avariou, o aquecedor avariou, a tv avariou, tudo avariou. Nós próprios íamos avariando durante este ano. Comecei o ano em choros porque percebi que a igreja/catedral/convento em que fiz todos os planos para casar entrou em obras e não ia ser possível casar lá. Depois, meses mais tarde, percebi que nem lá, nem cá, nem em lado nenhum, assim basicamente. Comecei a valorizar a lágrima e a poupá-la para tempos efetivos de necessidade. 

Virei mãe dos meus pais. Passei a ligar todos os dias, uns a pedir... outros a gritar... "fiquem em casa", "tu não me iiiinerves, não vais nada para o café", "vais comprar pão mas depois quero-te em casa!!" enfim dei por mim a dizer-lhes frases que eles nunca me disseram, mas que se dizem facilmente a um filho.

Não treinei. Aumentei de peso e levei com olhares de medo quando fiz uma prova do meu vestido. "O ideal era que perdesse peso... isto não está a fechar..." Who cares? Não vou começar a fazer dieta ou a ter um estilo de vida saudável assim já já, quando ainda falta tanto tempo, certo? Vou deixar lá para quando faltar 3 meses... coisa que pode este andar tanto pode ser lá para julho ou em 2027.

Percebi que tele-trabalho não é para mim e nunca pareci tão sem abrigo do que no tempo em que estive em casa. O tempo voa, não rende, mistura-se com os trabalhos da casa, enfim, uma confusão. O conceito de falhar em casa ou no trabalho é tolerável quando acontecem um de cada vez, sentir isso em simultâneo é demasiado para mim.

Está-se-me a abater a crise dos 30. Os 30 estão aí ao virar da esquina, mesmo alí e estou a sentir a nostalgia da coisa. Percebo nos pequenos detalhes, quando passa uma música da rádio e vou logo aumentar o volume e imediatamente percebo que tenho que o baixar. O meu cérebro já não permite e soa um alarme, que me demove logo da minha expectativa de volume adequado para curtir a música. Percebi quando comprei uns bolinhos na pastelaria que o conceito de "demasiado doce" já existe nesta idade, coisa até então desconhecida e que prendas como meias quentinhas afinal são bem fixes. Todo um mundo novo. 

Por fim, e em relação à pandemia no outro dia vi um negacionista na tv a dizer "que isto é tudo uma fraude, que está farto disto e que por ele podía-se acabar já com isto". Ora eu sou da mesma opinião, por mim também se acabava já com isto. Pronto, já está? Ah, realmente o indivíduo tinha razão, foi muito simples... Não sei como ninguém ainda não se tinha lembrado de acabar com isto imediatamente. Adiante, se houvesse uma vacina para mim eu ia já tomá-la. Despachava já isso, era já.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

O que é que foi isto?

O que é que foi isto e porquê é que nos odeias? É tudo o que devíamos perguntar a 2020.

Este ano está a ser um desafio à economia, à saúde e à sanidade mental de todos nós. É até seria mais fácil colocar as coisas nestes moldes, culpando o ano com a expectativa de ser isto mesmo e de o próximo já ser melhor. Ninguém sabe se será mas todos queríamos ter uma data para nos agarrarmos, mas isso não existe.

Temo que o natal e a passagem de ano propiciem uma explosão de casos, que possamos colocar quem gostamos em risco, de nós próprios nos colocarmos à mercê da sorte. Seria provavelmente mais fácil se fossemos culturalmente uma sociedade mais fria, mas está-nos no sangue a proximidade, o convívio, a família. É só um Natal, não é assim tão complicado mantermos o afastamento, então qual a razão de nos sentirmos sistematicamente atraídos pela ideia de nos juntarmos, mesmo com medidas pensadas para tentar reduzir o risco.

Dou por mim tentada a ir a casa no Natal, sou só eu a ir, mas mesmo assim penso no risco que lhes posso causar. Eu sei que é algo que pode acontecer no dia-a-dia mas a tranquilidade de saber que não fui eu que causei nenhum dano de maior é algo que não terá preço, mesmo assim cá estou eu com ideias nonsense de ir a casa.


É um absoluto contra-senso, se todos pensarem como eu, como provavelmente vão pensar: “ah, somos só 3”. Tenho receio que três, quatro, cinco pessoas neste natal possam ser demasiadas e que Janeiro estejamos a pagar a fatura de termos esta necessidade de estarmos presentes, de não deixarmos a família “sozinha”. Esta dualidade entre sermos quem lhes pode prestar assistência, romper um pouco a solidão com a sensação de sermos igualmente a ameaça e podermos provocar uma doença, sequelas ou morte em quem nos é mais importante ou a nós próprios é absolutamente surreal.


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

After Life



Mais reduzidos à nossa insignificância e a casa aderimos à Netflix, muito por causa da série The Crown, como já aqui tinha falado, que foi devorada, como o Ricardo Araújo Pereira sorve um pudim, por isso tivemos que avançar para outras séries.

Escolher a próxima série tem que se lhe diga. Tem que agradar minimamente aos dois, para que não haja um que 2 minutos depois já esteja no telefone ou a dormir, depois tem que ou acrescentar algo ou então entreter.

Passei por 500 opções, mas nada me parecia suficientemente apetecível, uma das opções era um documentário sobre Anne Frank o que me deixou tentada, mas também não queria algo triste. Já basta o que basta. Continuei até uma série chamada After Life de um conhecido comediante britânico, o Ricky Gervais.

Ora de que é que temos mais medo no mundo? Morrer ou que os nossos mais próximos nos faltem. Certo? Então como será viver sem esse medo? Como vive alguém que perdeu a pessoa mais importante e cuja vida já não faz sentido? É nisto que a série se baseia.

A primeira temporada é algo muito bom. Acreditem em mim. Confronta-nos com a finitude da nossa existência, faz-nos rir de coisas que não era suposto e chorar no minuto seguinte. Houve uma preocupação de passar mensagens muito importantes de tolerância para com os outros, de percebermos quando os outros procuram atenção e como isso é um mecanismo de eles próprios lidarem com carências e fragilidades, que nós podemos ser compreensivos em vez de críticos. Que estarmos tristes ou infelizes não legitima que tenhamos que tornar a vida dos outros miserável. Que acabar com a própria vida pode ser um ato egoísta e que podemos estar aqui para o outros, que precisam de nós e que nos ajudaram noutros momentos. Fala em como as adições podem ser um escape demasiado rápido para as pessoas lidarem com a dor e como, na prátic,a só nos afundam nos problemas que queríamos esconder. Fala daquilo que não fazemos por vergonha ou porque damos por garantido, achando que teremos sempre tempo e uma nova oportunidade, e que depois, por vezes, não temos e não há volta a dar. 

É um exercício de valorização dos outros que fazem parte da nossa vida, da sua importância  para a nossa suficiência, para o nosso conforto e equilíbrio. Fala-se de crênças, de ideias pré-concebidas, de religião, de adição, de auto-consciência, de solidão, de vazio, mas também de recomeço.


 Gostei muito.  

domingo, 22 de novembro de 2020

De conto de fadas a história de terror



Como já disse temos visto todas as temporadas de The Crown e hoje vimos o documentário da Netflix The Story of Diana.

Sabia que aquele casamento não tinha corrido muito bem, mas não tinha a noção de quão miserável foi a vida desta mulher. Que história terrível. Viveu um casamento a três e era obrigada a conviver a amante do marido, sofreu de bulimia severa, teve que ser mãe e mulher quando ainda era uma jovem, Lidar com a comunicação social que a absorveu, que a perseguiu, com uma casa real que invejava a sua popularidade e que não perdeu qualquer tempo a apoiar alguém que não estava preparada nem tinha estofo para lidar com o que viria junto com o seu casamento. Todo o documentário da Netflix é baseado no relato da princesa na primeira pessoa onde ela tem a oportunidade de dizer que o dia do casamento foi o pior dia da sua vida. Enfim, é incrível ver como o que toda a gente achava que era um conto de fadas foi um pesadelo terrível e inimaginável. 

Moral da história e em tempos de redes sociais: As aparências enganam.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Covid-19

Isto que está a acontecer é surreal. E achavamos nós que tínhamos problemas...

Parece uma contagem regressiva até acontecer. No meu trabalho já há casos e a dúvida mora aqui, será que hoje estou bem mas já se passa alguma coisa? Pelo que percebi os critérios para o isolamento profilático são uma comédia. A minha sogra esteve com alguém positivo, não foi referenciada pelos serviços da linha de saúde como contacto de risco, mas uma pessoa infetada esteve em casa dela, uma das pessoas em casa não tinha máscara, apesar da senhora que estava positiva ter, e não há qualquer referênciação. Importa dizer que a minha sogra trabalha num lar. Seguiu-se isolamento profilático por conta dela, para não lhe morar na consciência que tinha ido trabalhar depois de saber que teve contacto com um caso positivo. 

Enfim. Nem quero imaginar as histórias de quem sobreviver a isto. As famílias. Os lutos. As outras doenças que progrediram porque não havia resposta. Os efeitos secundários. A economia. As mazelas para a saúde das pessoas.

Sabem aqueles filmes que achamos que eles abusaram na ficção científica? É o que isto me parece... mas em real.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

O que te dirias aos 18 anos?



No outro dia vi uma pergunta que me deixou a pensar:

"Se pudesses dizer alguma coisa a ti próprio quando tinhas 18 anos, em três palavras, o que dirias?"

A publicação, feita nos EUA num conta pública de instagram, tem mais de 15 mil comentários com as respostas das pessoas. Vamos aqui analisar as respostas mais dadas:


Dont marry him / Let him go

80% das respostas dizem isto. Os relacionamentos são difíceis. Não é fácil estar-se alinhado, em todos os aspectos, com outra pessoa para sempre. 

Eu e o namorado acompanhamos a série The Crown e vimos agora a 4ª temporada onde mostram detalhes da relação da Princesa Diana e do Carlos. Engraçado como ele é que é o príncipe e me sai muito mais  rápido e soa melhor escrever princesa em relação a ela, do que a ele. Adiante, mas serve para mostrar como duas pessoas que aparentemente tinham tudo para serem felizes era miseráveis. Ela tinha casado com um príncipe, wow, ele tinha casado com uma miúda gira, afável, que todos invejavam, tinham tudo, tinham uma família e mesmo assim eram infelizes.

Isto para dizer que mesmo que duas pessoas se entendam em 90% das questões, haverá sempre lugar a nem que seja 10% de desacordo por visões, personalidades e modos de estar na vida diferentes. Em relação à família de ambos ou em constituir família ou não, ou porque um gasta mais do que outro, ou porque um dedica menos tempo ao outro, ou porque há terceiras pessoas envolvidas, ou porque há mil atividades na vida de um e do outro não, ou porque há diferenças na manifestação de afeto. A lista poderia continuar, mas aqui o ponto é que, de facto, não é fácil. Quem toma esta decisão com 18, 19, 20 anos também ainda corre mais esse risco, uma vez que eu penso que é a idade em que se acha que se tem todas as certezas do mundo e depois lá vem a vida dar um estalo de realidade para colocar as pessoas no sítio. Com trinta já não és a mesma pessoa do que com 15, quando muitos de nós começamos a namorar. Vejo nessas relações que perduraram, como em todas, essa luta e é perceptível as razões de muitos divórcios, dai que entendo o enorme volume de respostas a dizer isso. 


Buy apple/amazon/facebook stocks

5% dizem isto. Claro que hoje é fácil dizer qual era o cavalo certo a apostar, o difícil era prever o futuro. Acho que poderemos sempre dizer o mesmo daqui a 15 anos, "devia ter investido em acções da Empresa X ou Y". É jogar em como prever o futuro e isso não é para muitos. Nestes casos nem é preciso ir tão longe, se sabíamos tinhamos investido em acções do programa de conferências Zoom, no ano passado e estavamos agora todos a ler isto numa espreguiçadeira, nas ilhas Fiji. É um jogo de sorte e de risco, nada a fazer.


 Use a condom / Dont get pregnant / Dont have kids

Esta é muito muito boa e muito comum também. Só imagino os filhos a lerem os pais a responderem isto no instagram. Posso imaginar as conversas que isto dá: "Eu adoro-te filho, não me entendas mal, mas meio que vieste arruinar a minha vida." Autch...


Runaway and travel / Travel the world 

Sem dúvida que se soubesse o que sei hoje teria já feito mais duas ou três viagens. Há qualquer coisa de incrível em conhecer novos países, locais, em ver na tv e dizer "olha já estivemos ali". Acho que esse direito ainda é pouco democrático, infelizmente pelos rendimentos que nós portugueses temos e de povos com ainda menos do que nós, é um luxo. Não querendo ser irrealista, mas já sendo, devia ser possível e mais acessível todos os residentes no continente poderem conhecer e visitar as nossas ilhas e vice-versa, por exemplo, tipo um cheque viagem, depois cada um poupava para fazer ou ficar onde entendesse mas todos terem democraticamente essa oportunidade, se quisessem. 

Runaway and travel é um bom lema, mas se for para dizer a alguém com 18 anos diria: work hard, save money and once or twice a year run away and travel. Não vão os jovens achar que é fácil assim, que basta ir e mais nada. 


Hug your dad / Call your brother / Family is everything

Esta é daquelas que dói sempre. Nunca será suficiente e nós, seres humanos, vamos ganhando hábitos de achar que temos as pessoas como garantidas. Depois acontecem coisas como estas e estamos aqui aflitos porque quando podíamos ter abraçado mais não o fizemos e agora simplesmente não podemos.


Outras são: go to theraphy, treat mom better, stay in school, believe in yourself.


À primeira vista parece algo sem importância, no meio de milhares no instagram, mas depois achei que é muito  mais profundo do que isso e que há sempre ensinamentos a tirar disto.


Eu diria: "Sê (ainda) mais grata", "Não magoes terceiros" e se soubesse que iria conhecer o meu namorado mesmo assim "diria-me" "Escolhe outro curso". 

Desse lado, o que vos diriam?

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Novo episódio no podcast

 


Para ouvir aqui ou aqui.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Talvez não me consiga explicar mas...


É só de mim ou vivemos numa era onde parece que toda a gente está a conquistar coisas o tempo todo e nós estamos parados a olhar o sucesso dos outros? É uma falsa crença, eu sei, muito motivada pela farsa que são as redes sociais e onde só mostramos o melhor de uma vida aparentemente espetacular. Eu percebo isso.

Contudo, também é verdade que temos toda a informação à mão de semear, que podemos rapidamente aprender de casa a fazer desde renda de bilros, a investimentos financeiros, a roupa, enfim, uma infinitude de projetos. Felizmente, e apesar de tudo isto que está a acontecer, ainda conseguimos manter os nossos trabalhos, mas sinto, mesmo assim, que não estou a fazer o dinheiro que devia, que podia rentabilizar melhor o tempo que tenho. Tenho aquela sensação constante que podia arranjar um novo projeto, algo que pudesse rentabilizar, conciliar com o que faço. Sinto que o tempo que tenho fora do trabalho (depois das 40h) que podia estar em empregar em algo que gostasse, só não sei em quê. Dá a sensação que os outros estão um passo à nossa frente, a comprar imóveis para rentabilizar, a criar projetos bem sucedidos de agricultura, a vender as mais pequenas coisas, enquanto sou uma espectadora de bancada e sei que isso poderá fazer a diferença no futuro, nas oportunidades que poderei ter, que poderei dar a um filho no futuro, não sei se me conseguirão entender.


O namorado de uma colega de trabalho, em conversa com ela, disse-lhe sobre mim o seguinte: "Mas que objetivos é que ela tem? Já viste o carro que ela conduz? Num discurso onde a menosprezava a ela e a mim por ser amiga dela, onde menosprezava as minhas ambições na vida e aquilo que eu tenho ou já consegui. Sim, o meu carro do dia-a-dia tem 20 anos e se ele acha que é mau, nem sabe a história a meio, porque se soubesse que nem sempre ele pega, que se desliga por vezes do nada e que um dos piscas nem funciona diria ainda pior. Não me afeta, quem me dera a mim que durasse mais 5 anos que ficava feliz da vida, serve lindamente para o objetivo que tem, levar-me ao trabalho e a casa. 20 minutos por dia e está óptimo. Não tenho grandes pretenções de aparentar um status, um nível de vida incrível. Não preciso de coisas incríveis, gosto de coisas boas, mas isso não tolda o meu foco e definitivamente não faço uma vida acima das minhas possibilidades. Tenho os pés muito bem assentes na terra, preciso dessa firmeza e dessa estabilidade. No entanto, de facto, sinto que podia fazer mais, que tenho a energia e ainda algum tempo que me permitiria aplicar num projeto, em algo que mesmo que simples pudesse transformar num pequeno negócio, sinto que procuro isso há anos e não consigo encontrar. Há inúmeros exemplos de histórias de pessoas que descobrem as paixões nas pequenas coisas, em trabalhos manuais, na cozinha, na construção e eu aqui a com a sensação de meio gás, de estar a olhar para o lado, entendem?

Enfim, é estranho e é confuso.

Teoria da relatividade



Quando em Janeiro eu chorava porque achava que nos estava a correr tudo ao contrário, se eu sonhasse que hoje estaríamos a viver isto teria poupado aquelas lágrimas.

Moral da história: só a morte é irremediável, para tudo o resto há solução. Há que sofrer menos e relativizar. Claro que é chato, claro que estraga tudo, claro que viver é isso mesmo é lidar com aquilo que estamos em sentir, mas como já vimos há sempre a possíbilidade de as coisas ficarem piores e nos termos martirizado em vão. Tendo em conta este pesadelo, mal eu sabia que o pior estava para vir.


A minha melhor amiga do secundário casou. Soube pelo facebook. Magoou um bocadinho, confesso. Pelo que percebi não houve festa, nem a família esteve presente, mas gostava que ela me tivesse mandado uma mensagem, gostava de ter partilhado essa fase com ela. Não era preciso estar fisicamente presente, mas que ela se tivesse lembrado de partilhar comigo. Sei que já não nos encontramos há imenso tempo, que as coisas já não eram o que foram quando nos víamos. No entanto, quis partilhar com ela quando soube que me ia casar, embora a reação não fosse a que estava à espera, senti que queria fazê-lo, que fazia todo o sentido. Pelos vistos, ela não pensa da mesma maneira. É aceitar e seguir com a vida. Aceitar que os vínculos se perdem, que os laços enfraquecem, que lá porque fazemos algo a pensar em alguém não significa que essa pessoa faria o mesmo por nós.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Coisas em geral, os EUA em particular

Lembro-me de acordar há 4 anos e imediatamente após ligar a tv ter percebido que o Trump tinha ganho as eleições, que é o mesmo que acordar com a notícia de que há vida em Marte.

Quando o Obama ganhou achei, com esperança, que qualquer pessoa pode vir a ser presidente dos EUA e isso pareceu-me justo. Quando ganhou o Trump o sentimento foi o mesmo, mas de medo "oh não, afinal qualquer um pode mesmo ser presidente" e onde é que isto vai parar daqui para a frente, Kanye West? Randy do Say Yes to the dress? Não sei, ninguém sabe. 

Quando olho para chefes de estado fico admirada pelo conhecimento, por norma, a eloquência, as materias que dominam ali a responder à queima roupa em perguntas relacionadas com o mais díspares assuntos e como eles respondem a coisas que eu não saberia responder, mas eles sabem. Há toda uma admiração.

Contudo, porém, chega o Trump que fundamenta os seus argumentos com "trust me", "lixívia resolvia isso" ou "os médicos ganham por cada morte por COVID" e sabemos que o mundo nunca mais seria o mesmo. A minha opinião, pelo menos do que nos chega cá, é que é um acéfalo, sem conhecimento, autoritário, machista e uma vergonha para os EUA e para o mundo.

Certo dia, há 2 anos, fomos jantar com uns amigos do namorado que vivem dos EUA, são portugueses mas vivem lá praí há 10 anos. Eles contavam que estavam melhor com o Trump (queixo cai na sopa de imediato), que havia mais segurança nas ruas, mais emprego, melhores condições do que com o Obama. Oh, well... o que dizer disto? Não sei, disse-lhes aquilo que nos chegava cá e eles disseram que só chegavam os maus exemplos e que havia muitas coisas que tinham mudado para melhor. Pareceu-me impossível, mas são eles que efetivamente vivem lá.

Hoje liguei novamente a tv, o Trump continua a ganhar em vários estados e embora não perceba como, face a todos os disparates que diz há milhões que 4 anos depois continuam a querer que seja presidente e isso pode muito bem voltar a acontecer. 

Não percebo, não sei se conseguirei algum dia perceber... Acho que me faltam estudos para tal...

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

O noivo é que sabe



Para mim este programa é puro entretenimento.
Noivas que criticam tudo, famílias em choque, noivos que acham uma excelente ideia gastarem 600€ em lonas para decoração que são para deitar fora no dia seguinte, mas escolhem alianças de 9k, que é algo que fica para eles para sempre, sogras com uns copitos a falar mais do que a conta. Ahhh, adoro.

Este programa é revolucionário, não pelo conceito, não por ser o noivo a tratar de tudo, mas por permitir a milhares de portuguesas poder falar sobre casamento aos seu namorados, sem que pareça forçado, afinal estamos só a "comentar um programa de tv" e pode ser que aqueles homens que namoram há 300 anos percebam a dica subtil e que agora pode ser diária, ups, bem feita homens procrastinadores. Deviam ouvir falar do programa até doer os miolos. "Ah, já viste tão atencioso este noivo", "Olha lembrou-se deste detalhe", "parece uma jóia de moço e o que ele pensou sobre estes centros de mesa só porque a noiva adora o tema da Princesa Sereia". Enfim, aproveitem mulheres e homens pela oportunidade nunca antes vista de massacrarem os vossos atrasados respectivos. Falo por mim, 10 anos de namoro? Ele não devia querer um relacionamento, mas fazer uma licentuatura, pós-graduação e um doutoramento acerca da minha pessoa. Presumo que se lhe perguntar a primeira vez que comi arroz de feijão ele saiba responder, só assim justifica todos estes anos de estudos intensos. 

Contudo, porém, para mim edo ponto de vista do telespectador todos aqueles cenários são pura diversão, uma pessoa esconde a cara uns segundo com a almofada - de vergonha -, enquanto delira em simultâneo, mas e aqui é preciso um tom mais sofrido e melancólico... enquanto noiva (chip que só liga depois de acabar de ver o programa) fico solidária com aquelas noivas. 

Uma, a do Porto, teve o sogro todo o copo-de-água "ai, mimi, que a mesa ficou muito longe dos noivos, mimi", bora trocar 12 pessoas de mesa, fazer de conta que não há covid e andar ali com as pessoas para trás e para a frente e ainda ficar a comiserar-se "o meu filho não me fazia isso, ai não sei quê, ai chame a gerência, ai então mas não se via logo que não pode ser", "aqui a um canto, mas isto tem lá jeito".
Amigos, amigos... Os pais já casaram, sosseguem as piriquitas. Como é que é possível ser um pai ou mãe a fazer uma grande cena no casamento dos próprios filhos, por uma coisa que valha-me deus foi tudo dado de graça, por ficar ali num lugar mais longe que não tem importância montam aquele escabeche todo. 
Ai amigos, até eu perdoar ia ser difícil. Não há explicação possível, os noivos não deviam ter que estar preocupados com este tipo de barracadas, porque podem ter um dia incrível mas o que fica são os desaires destas pessoas. Não entendo.

Neste último foi a mãe que era o bobo da corte, amigos, que me-do. É o dia dos noivos, qual a razão de serem os próprios pais a causar estas fitas? Não terão já idade para se comportar? São, pais e de pessoas adultas que já podiam ter filhos com a dentição completa, por isso não entendo muito bem o que acontece.   

E vocês? Algum episódio que vos tenha marcado em algum casamento ou no vosso?

Eu começo, um casamento lindo e tudo mais, mas passados anos já não me lembro sequer como ia a noiva mas que ficou como "o casamento em que o drone foi abatido pelo fogo de artifício"...

domingo, 11 de outubro de 2020

Só vim aqui dizer que agora uso óculos

 


Como se 2020 não fosse mau suficiente... agora também uso óculos, que é para ver melhor este ano, que até à data está como nós sabemos...

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Sabem quando descobrem algo que faz todo o sentido, mas que só descobrimos muito depois?


Eu considero-me uma pessoa preocupada com o desperdício, sobretudo alimentar, mas aos poucos fui alargando o meu leque de consciencialização com outras questões ambientais e económicas.

Quando tomo banho faço por diminuir a pressão do chuveiro para diminuir o caudal da água que gasto, sempre que deito água fora porque ficou na garrafa muito tempo, fico a pensar nos milhões de pessoas que não têm água potável e eu ali a fazer aquela asneira. Dou por mim a pensar a cada gesto destes e a diminuí-los ao máximo.

Tornei-me adepta, sem preconceito, de mobilia em segunda mão. Não coisas muito pessoais como sofás ou camas, mas mesas de centro, estantes, móveis. Se está bom, se vou pagar metade do que ele custa, se vamos dar uso a algo que iria estragar-se, está óptimo para mim.

Roupa com etiqueta nunca usada, que compramos naquelas alucinações do "vai servir quando emagrecer", "para quando tiver uma festa", "está a metade do preço vou levar" entre outras que tais, que nunca vestimos e que estão novas? Já vendi e já comprei. Quem me segue há muitos anos sabe que antes eu comprava muitas coisas, sobretudo por impulso e que aprendi a gerir melhor as minhas compras e o meu dinheiro. Não é sustentável estes hábitos de compra massiva. Aprender a comprar menos e apenas coisas que tenho a certeza que gosto. Nunca mais comprei aquelas peças do "vou levar que talvez consiga usar" e se o faço são aqueles terceiros saldos em que já está a 2,99€.

Já tinha toda esta consciência e já fazia por me ajustar a novos hábitos, mais sustentáveis, baratos e melhores para o ambiente. Não me tornei hippie, vamos ter calma, mas refreei os meus hábitos de consumo, os impulsos e hoje sou muito mais racional e menos emocional ao comprar. 

Contudo, só agora me deparo com algo que são os grupos do facebook "Dou se vieres buscar" ou outras designações semelhantes, há em todo os país, muitas vezes vários em cada cidade e as pessoas partilham aquilo que podem dar ou que precisam. Algo tão básico mas que faz tanto o sentido. Todos nós temos tralha que mora algures na garagem que nunca vê a luz do dia e que, ao mesmo tempo, fazia falta a alguém. Dá-se a quem precisa e não é preciso ser-se nenhuma organização, nem fazer voluntariado, todos podemos fazê-lo facilmente sem qualquer inconveniente. Fiquei assoberbada com a quantidade de pessoas a fazer o bem, dos gestos altruístas de quem podia vender, mas que dá sem pedir nada em troca. Algo insignificante para nós, que não damos uso e se está a estragar lá em casa, mas que pode ser tudo o que alguém precisa. Já doei um leitor de dvd que tinha em casa dos meus pais e que estava lá a apanhar pó, que alguém estava a pedir, ora nem é tarde nem é cedo, mandei mensagem e vieram buscá-lo.

Claro que nos expõe à realidade, aos pedidos de todo o tipo, à percepção das fragilidades dos outros, que infelizmente são muitas e que temos que ter consciência que não conseguimos ajudar. Já disse ao namorado para não entrar exatamente por causa disso, porque lhe iria causar uma impotência que não lhe faria bem e que é difícil de lidar. Certamente não dá para todos, mas que é uma ideia brilhante lá isso é, sem falar nas pessoas que estão a moderar tudo aquilo, a tentar gerir situações menos boas, a reunir esforços, a par do seu dia, da sua família. Muito surpreendida com a generosidade e com a prontidão que as pessoas têm em ajudar.

Podemos todos fazer um pouco mais, na verdade, por isso se alguém tiver algo que vai deitar fora, que não precise, que não use, a minha sugestão é partilhar nestes grupos, há sempre alguém a precisar e mesmo nós podemos conhecer uma situação ou até precisar de ajuda, em algum momento.

sábado, 26 de setembro de 2020

Oh fuck, o casamento outra vez...

Eu conseguia resumir este post a um emoji, imaginem um boneco amarelo com a mão na cara/testa, é isso... uma vez mais.

Está tudo resumido em 5 min. de podcast aqui. Valha-me nossa senhora das meias de liga...

 


 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Passear cá dentro

Esta nova realidade fez-nos direcionar os nossos passeios e viagens para conhecermos locais em Portugal que devemos valorizar. Eis alguns locais próximos de Aveiro por onde passamos e que valem a pena para um passeio de Outono, todos crianças e famílias friendly: 


Passadiços de Esgueira, Aveiro
Mais de 7kms junto à Ria de Aveiro





Uma lagoa com uns cenários muito instagramáveis em Mira, local para prática de desportos, passeios de barco e uns menus naturais e sustentáveis. 







Baloiço da Pateiro do Carregal, Aveiro
Um baloiço inserido num parque de merendas com parque infantil e espaços de observação da natureza.





Bons passeios, em segurança. 

sábado, 19 de setembro de 2020

Big Brother - A revolução

A TVI perdeu-me desta vez, com o novo Big Brother. Só vejo de relance algumas imagens e não há nada ali que eu me identifique. Não me dizem nada.

Acho que a Teresa, sendo a rainha do formato, também já é o same old, same old. Os concorrentes parecem ter vindo de uma nave espacial e que no dia-a-dia não seriam pessoas com as quais tivesse muito em comum.

Ora já saíram 2, pelo que sei, e ainda só passou uma semana... por este andar vão fazer a gala típica do reveillon lá para o Halloween...

2 Concorrentes já tiverem problemas psicológicos e sairam. Só fazer referência que há outro concorrente que eu o ouvi dizer que fala muito com a Princesa Diana... Acho que o casting aposto fortíssimo na falta de sanidade mental.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Era bom mas acabou-se...

As minhas férias passaram num fósforo. Já fiz a cerimónia de encerramento das atividades de praia e piscina e por este ano está. Podia estar deprimida, mas não estou. Ia agora estar deprimida só porque voltei ao trabalho, porque vai chover já amanhã, só porque a esta hora estava literalmente a embarcar rumo às Caraíbas, só porque não casei e porque há dezenas de caso de Covid na minha terra e do meu namorado, porque ia ser tia e já não vou ser, porque uns amigos nossos se estão a separar... Onde é que eu ia buscar agora essa ideia... 

Adiante, ok, não sendo o melhor cenário estámos bem, não estamos a deprimir, vamos levando um dia de cada vez.

Sendo assim, estamos já em modos Netflix e mantas.

Sugestões para ver: 

Kalifat

Kalifat: A série para ver nesta quarentena - Triptofano

É uma das séries mais vistas da Netflix. É uma série em forma de thriller e aborda o tema do fanatismo religioso. A história é baseada em Fátima, uma agente do Serviço de Segurança Sueco, que recebe uma dica de que um ataque terrorista islâmico que está a ser planeado na Suécia. Vale muito a pena, sobretudo quando o 11 de Setembro ainda nos está tão presente e tudo isto mudou a forma como vemos o mundo e como nos sentimos (ou não) em segurança.


Amor Garantido

Amor Garantido | Site Oficial da Netflix

Se o objetivo for menos ação e suspense, mas mais comédia romântica então também gostei deste, um filme sobre o namoro e os encontros em época de redes sociais, onde é cada vez mais difícil encontrar alguém compatível. É muito giro e também está no top das tendências em Portugal.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Entrei de férias!!


Demos uma fugida a um dos baloiços mais giros deste verão, fica em Cinfães e promete fotos incríveis.


 

terça-feira, 1 de setembro de 2020

O noivo é que (pensa que) sabe...

home, interior, and house image

Como já tenho falado aqui sou apreciadora de junk tv, em geral. Se dá para desligar o cérebro e não pensar em mais nada durante 20 min. está bom para mim.

Já via a versão Dont tell the bride, que já conta praí com 14 temporadas no U.K. e cá em Portugal mantiveram o valor simpático de 12500€ para o noivo gerir.
Das peripécias mais habituais no Reino Unido é comum ver o noivo gastar metade do orçamento em viagens de despedida de solteiro ou em alugueres de espaços tipo armazéns, hangares de aviões, comboios para realizarem a cerimónia, em que depois seguem para o copo-de-água e nunca uma expressão foi tão literal porque depois já só sobra para oferecerem um copo de água, uns croquetes e a sentarem os convidados em cadeiras e mesas de plástico, com arranjos handmade de flores falsas compradas nas lojas de 1 libra.

Em Portugal, o que me parece o pior é um noivo que planeia o sequestro da noiva, para depois lhe apresentar uma cerimónia medieval, em que vai ser transportada segundo os planos dele num... camelo.
Eu diria que para dromedário já me bastava este noivo. Deusmálivre.

Tudo isto me parece bastante giro a nível do entretenimento, mas bastante "fim da linha" em relação a um relacionamento sério. 

Gostei do esforço da produção para criar tensão do fim do episódio de domingo com uma suspeita sobre o que a diabólica da sogra má teria preparado... ah e tal afinal não era nada. Gostei do desespero da produção, daqueles planos cortados sequenciais de expressões de preocupação e terror, das pausas dramáticas na imeagem, da música de suspense, para tornar a coisa com mais "sumo" a nível da baixaria. O problema é que temos ali dois noivos agrobetos, de famílias agrobetas, cujas maiores discussões que devem ter é sobre quem fica com a casa de férias da família na Comporta em Agosto. 

Vou continuar aqui com um caderno de anotações, que pode ser que surja uma ideia brilhante que assimcomássim aproveito para o meu, seja lá quando for.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Quando a minha vida parece a novela das 19h...


É apenas a minha vida, nada mais, mas bem conversado vendo os direitos à Netflix, sem grande problema porque drama, suspense e comédia está ela cheia.

Como aqui tinha escrito mudamos tudo de novo. A nossa família chegou a dizer-nos que se casássemos este ano "não seria um casamento feliz"... e como não queremos fazer nada que coloque a nossa família em risco e a ideia de podermos ser causadores de um surto nas pessoas que mais gostamos também não é nada atrativa, por isso decidimos adiar.

Era em Maio, depois em Setembro e então ligamos com a quinta e só restava Abril em 2021. Mudamos para Abril.

Passado um mês de mudarmos, uma vez mais, ontem o meu irmão ligou-me e disse-me que não poderia estar cá em Abril, é uma situação delicada e explicou-me os motivos, que são válidos.

Vamos ter que mudar tudo de novo. Mais uma saga de "pode a quinta mas não pode o fotógrafo", "pode a maquilhadora mas não pode a animação"...  

Não queria que o cansaço se apoderasse de nós, mas confesso que não tem sido fácil e espero que um dia mais tarde nos possamos rir de tudo isto, que, por agora, está difícil... Uma coisa que me alentava é que Abril estava logo ali e a sensação que não era agora mas era "daqui a pouco", agora falta novamente mais de um ano.

Pensar que disse à minha colega do trabalho porque não percebia a razão de começar a preparar as coisas com 2 anos de antecedência and now we come. Pagamos tudo o que dizemos, né?

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Coisas que nunca vou entender...

 O caos, o apocalipse, tudo a acontecer e em Aveiro os preços das casas sobem ainda mais.

Neste momento há apartamentos T2, usados, à venda por 180mil euros.

Esclareçam-me, para pedirem este preço o imóvel vem com uma senhora que vai lá passar a roupa a ferro, fazer o jantar, certo? Ou vem com um sistema de rotatividade que podes mudar a orientação do mesmo em função do sol, como acontece no Dubai, hum?

Os imóveis por mais estapafúrdios que sejam são colocados hoje e amanhã já estão vendidos, mesmo a preços ridiculamente altos e disparatados. Não sei onde mora a classe média, não sei como uma família com filhos faz. Sinceramente não sei.


2020 O annus horribilis

A rainha de Inglaterra já fez um discurso sobre o ano horribilis de 1992, que podemos perfeitamente adaptar para 2020.

1992 2020 is not a year on which I shall look back with undiluted pleasure. In the words of one of my more sympathetic correspondents, it has turned out to be an 'Annus Horribilis'. I suspect that I am not alone in thinking it so. Indeed, I suspect that there are very few people or institutions unaffected by these last months of worldwide turmoil and uncertainty.  

Acho que serve para este ano, certo? 28 anos depois continua atual...


sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Estado das coisas

Estivemos duas semanas de férias em casa dos pais. Pensamos, inicialmente, nestas férias para ultimar os preparativos do casamento, mal sabíamos nós que acabaria por não haver casamento nenhum.

 

No resto da nossa vida ainda nos estamos a adaptar, vivemos como todos, com medo. Por nós, mas sobretudo pelos nossos. Acabamos por estar a fazer a nossa vida normal, com o uso de máscara e de gel, mas com o coração nas mãos.

É difícil encontrar o equilíbrio entre continuar a viver e estarmos absolutamente protegidos. Temo que sejam duas coisas impossíveis de conjugar em pleno.


Parece que estamos a viver uma realidade paralela, ainda difícil de absorver e lidar, em que as palavras fogem quando é preciso falar sobre isto...

quarta-feira, 8 de julho de 2020

[...]

black dress, blogger, and dress image

2020 está a ser o ano dos retrocessos.
Ainda não tratamos de adiar o casamento e de falar novamente com todos os fornecedores, mas vamos ter de o fazer. Great! Not. Nem dá para explicar ter que adiar isto uma vez mais.

A casa que tínhamos em vista e que nos tinha ficado no coração deixou de ser opção porque o vendedor quis subir o preço. Great! Not. Ficamos realmente tristes e vamos ter que ultrapassar este pensamento, porque já sonhávamos, literalmente, com isto.

E mesmo assim enquanto nós e os nossos estiverem seguros não nos podemos, de todo, queixar.  

Temo que 2021 também ainda não será um grande ano e que esta seja uma nova realidade que nos tenhamos de habituar até que isto desapareça completamente, coisa que me parece que vá demorar.

As férias este ano não vão ser férias, uma vez que estamos todos sob esta eminência de novos surtos e deste perigo invisível, deste misto de relaxar mas não muito, sair para apanhar ar mas ter cuidado, desanuviar sem baixar a guarda. Enfim.

Sobre o desconfinamento: eu e o namorado fomos dos primeiros nos nossos trabalhos a alertar as pessoas, a dizer que isto não ia correr bem quando toda a gente achava que éramos paranoicos. Uma colega do trabalho do namorado disse que "isto era tão provável como apanhar piolhos"... well... acho que agora já deva ter uma opinião um pouco diferente.

Nós que cumprimos escrupulosamente a quarentena, que deixávamos toda a roupa do exterior à porta, que saiamos de máscara, luvas e tudo mais... agora até nós sentimos que estamos um pouco mais relaxados/cansados/despreocupados, em certa medida, e se nós "os paranoicos" já estamos assim, nem quero imaginar o mundo e o que aí vem com as férias, com a abertura de fronteiras, etc.
Acho que estamos (nós, em geral) a ganhar aquela impressão que somos invencíveis e que a nós nada nos afeta e se, de facto, isto nos surpreende e nos afeta vamos olhar para trás e pensar "como é que eu fui tão estúpido que facilitei e apanhei isto? Como é que depois de toda a informação eu toquei naquela porta e não desinfetei logo de seguida? Como é que fui ao café com os amigos? Como é que fui jogar futebol sabendo do que se estava a passar? 
É esta a linha ténue entre a necessidade de voltar a viver e seguir algumas rotinas e o sentimento de que podemos ser negligentes e afetar a nossa família e que eles possam morrer por nossa causa, coisa que ninguém vai conseguir ultrapassar essa culpa caso aconteça. 

As profecias de 2000 parece-me que foram adiadas 20 anos e que agora sim está a ser o caos e o "fim do mundo" e um caos sem fim à vista.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Casamento em tempos de covid

O mais próximo que estou de dizer “aceito” é quando o whatsapp atualiza e lá aparece os termos de utilização...

quarta-feira, 24 de junho de 2020

...

[Os nossos aniversários deveriam ser o nosso funeral em vida.
Eu explico. É ingrato que o momento de maior apreciação das pessoas seja no momento em que as pessoas já não estão cá. Eu percebo que o tributo também é importante, mas não será mais importante mostrarmos em vida a importância dos outros para nós ao longo da vida?]

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Ditadura da felicidade


Tenho que começar por dizer que nunca vi nenhuma novela ou peça do ator Pedro Lima, mas apesar disso é impossível não empatizar com toda a situação e lamentar o que aconteceu, independentemente do que tenha sido, questionar sobre o porquê e tentar perceber a causa das coisas.
Fica difícil perceber o que pode levar alguém com 5 filhos, numa relação estável, bem sucedido a nível profíssional a fazer isto, caso seja verdade o que se diz e tenha sido intencional. Quando li a notícia pensei, de facto, num acidente relacionado ao surf, sabemos que o mar pode dominar até os mais experientes, mas surgindo a dúvida de que possa não ter sido é também difícil não tentarmos perceber o porquê.
Nunca iremos saber concretamente, nunca conheceremos com certeza o trigger point que leva alguém a desencadear esta ação. É uma situação ingrata sobretudo para quem fica, que se questiona do porquê de não ter sido melhor, da relação e dos laços que tinham não ter sido o suficiente para que a pessoa quisesse viver, estar cá, o que é um mau pressuposto, acredito que não terá a ver com os outros mas com o que se passa em cada um de nós.

Sinto que vivemos numa ditadura da felicidade onde todos têm que mostrar estar felizes e isso é bastante enganador. Se olharmos para as redes sociais do Pedro julgamos ver uma vida plena, uma felicidade initerrupta, projetos e sonhos de quem tem já quase tudo e pode descansar numa fase da vida em que o mar está calmo, colhendo os frutos de anos de sucessos. Afinal, mal sabíamos o quanto o mar estava picado, bravo e a arrebentação esta forte e descontrolada.

Uma coisa péssima destas redes sociais e dos influencers, por exemplo, é que passam a ideia de vida perfeita, todos os dias postam massivas fotos de sorrisos, que para mim não poderiam ser mais falsos e enganadores. Tenho para mim que deva ser extremamente difícil aparentar que se está feliz sempre. Podes morar num hotel, tomar o pequeno-almoço na esplanada da piscina todos os dias, estarmos nos melhores sítios e comermos os melhores brunches, que é impossível estarmos felizes sempre e eu julgo algumas pessoas com as quais me cruzo nas redes sociais por quererem passar uma imagem que não é real, porque também estão a contribuir para que os jovens terem standards de comparação que não existem, que não são reais e que deve gerar uma frustração que não faz sentido. As mulheres não são todas magras, ter um iphone não é sinal de riqueza, ter seguidores não é sinal de se ser brilhante.
Há uma influencer que é a Vanessa Alfaro, que eu não sigo exatamente por isso, todas as 300 mil fotos que tem são a rir-se como se o Jimmy Fallon lhe tivessem acabado de contar a piada mais engraçada dos Monty Python, que soa tão a falso que eu não sei como podem ter tantos seguidores a acreditar numa mentira. É simplesmente falso o que estas pessoas querem fazer passar: "Olha para mim tão feliz a acabar de acordar", "olha para mim tão feliz a comer esta fatia de bolo de farinha de espíritos da tailândia, que não tem glúten, é super proteico e sabe a toalha molhada que secou dentro de casa", ou "olhem para mim tão feliz com esta máscara facial na cara, ah ah, que esta pele imaculada merece uns miminhos", "olha para mim tão feliz e a olhar para as estrelas, assim super apanhada de surpresa e por sorte no meu melhor ângulo". Pode ter-se tudo na vida, mas esta pressão da melhor foto do pequeno-almoço de hotel deve exigir-lhes tanto que quando vão comer já está frio, que o bolo fit que quer fazer transparecer uma vida super equilibrada sabe no fundo a esferovite seca, mas não faz mal que quem vê as fotos não sabe, o que importa é que pareça delicioso e que tenha no enquadramento flores e abacate e sementes de uma figueira do Pará. É, no fundo, um hino à felicidade e perfeição que não existe, com as quais as pessoas que seguem, os jovens que se estão a formar não se devem querem comparar porque é falso. Porque te obriga a postar sorrisos falsos só porque a Colgate te mandou para casa uma amostra grátis, mesmo que naquele dia se esteja chateada, doente ou aborrecida.  
Se há coisa que eu prezo é ter crescido longe das redes sociais. Adoro olhar para trás e perceber que vivemos, dançamos, convivemos com o simples propósito de estarmos lá, sinto que agora se vive para aparentar felicidade,  não tanto para "estar na festa" mas para "mostrarmos que estamos na festa", será que me entendem?
Por exemplo, não há nada melhor do que estar numa queima das fitas para se estar, efetivamente, na festa, no espírito, sem nos preocuparmos o que os outros acham. Não há melhor do que se estar numas férias, para estar de férias e não com a preocupação de mostrar que estamos num sítio incrível. Estamos a perder algumas coisas com as redes sociais, elas têm imensas coisas boas atenção, mas acho que coloca o nosso foco mais no exterior e com os outros e fazemos menos este trabalho interior de percebermos se está tudo bem connosco. As redes sociais colocam-nos em contacto com o mundo mas também têm este lado perverso de nos colocar em posições fúteis em dilemas estúpidos e contra mim falo, é estúpido pagarmos um ingresso de um concerto e passarmos todo o tempo a ver o concerto através do telemóvel, é ridículo, por exemplo, ou tirar foto ao ticket do filme. Vamos ver o filme porque queremos ou para mostrar que fomos? Vamos dizer a nós próprios que queremos documentar o momento, mas será mesmo?
Enfim, cada um saberá das suas lutas e acredito que todos temos as nossas, por isso é  importante se acabar com uma certa ditadura da felicidade que obriga a que pessoas, como o Pedro, façam o esforço de postar fotos a aparentar estar super feliz, quando na verdade está a viver um dos momentos mais críticos da sua vida, isso também impede os outros de se aproximar para ajudar para dar uma palavra, pode levar a pessoas que estão próximas não se tenham aproximado mais, reforçado o seu amor e carinho por acreditar que estava tudo bem. Por isso, e para qualquer outra coisa o SNS 24 lançou uma linha de apoio disponível no 808 242 424, ninguém está sempre feliz e ao saltos e não é preciso e isso é normal.


Caso queiram ouvir no Podcast fica aqui disponível:

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Regresso ao mundo do trabalho real

 Hoje tive que voltar ao trabalho, em contexto real. Estive 2 meses e meio em teletrabalho e é algo que não apreciei muito.
Trabalhar de casa exige-nos o mínimo a nível pessoal e o máximo a nível laboral.
O mínimo porque dei por mim ao cúmulo de, por exemplo, apenas arranjar a parte visível do cabelo para reuniões de Skype. Ou seja, à frente um alisamento marroquino irrepreensível e atrás uma juba monumental, que ainda dava para tirar chocapics para o lanche do meio da manhã. Na parte de cima, uma blusa Mango coleção Executive, na parte de baixo pijama, que será brevemente convertido a panos de limpeza.

E obriga-nos a dar o máximo no trabalho porque qualquer distração depois obrigava a trabalhar já fora de horas, a estar em todas as frentes, email, skype, facebook da empresa, whatsapp, para ter a certeza que não ficava nada esquecido ou em falta. Uma correria virtual enquanto que o meu rabo estava assolapado em cadeiras que definitivamente não são ergonómicas e não foram concebidas para aportar rabos durante tanto tempo. 

Não gostei muito também porque moro num t1 com vista para nenhures, em que o escritório é cumulativamente sala de estar, jantar, pseudo lavandaria e engomadoria, bar e ginásio. É assim um mil em um em 12m2. Como diriam os experts imobiliários é "aconchegante", e enquanto digo isto faço aquelas aspas com os dedos e um revirar de olhos que felizmente não dá para ver.

Enfim, de volta ao trabalho percebi que as sobrancelhas são o novo buço. E que as máscaras  o novo preto.
Pergunto-me se será moda para ficar, se for penso as rinoplastias vão cair em desuso enquanto que as lentes oftalmológicas que dá para ficar com os olhos azuis vão estar em alta. Também acho que depois disto vamos todos ter que poupar algum dinheiro para aquela cirurgia de correcção de orelhas, porque estamos todos a estagiar para Dumbos.
No caminho para o trabalho também percebi que as máscaras penduradas no espelho retrovisor são os novos terços, neste caso não basta só ter fé e mantê-las penduradas é preciso mesmo colocá-las, outra moda gira é as máscaras no queixo, usadas por aquelas pessoas que não estão muito raladas com o covid, estão mais em esconder aquela gordura que temos na parte superior do queixo. Não percebo como é que se acumula tanta gordura ai, sobretudo se há zona onde eu faço exercício é essa...
Só para terminar, dizer que a minha máscara no trabalho é preta.. e tem o formato daquelas proteções que se usam nos cães perigosos, se me virem no trabalho qualquer semelhança com um rottweiler é pura... realidade.

Para ouvir aqui:

quinta-feira, 28 de maio de 2020

O BB 2020


Esta é a primeira edição do Big Brother que acompanho.
E acompanho porquê? Porque tenho uma televisão de 55 polegadas, que é quase do tamanho da minha parede da sala e é a única hipótese que eu tenho de olhar para o horizonte e ver uma piscina infinita e o mar ao fundo da vista.  
Mudava-me amanhã para lá, para a casa, não para o programa. O Big Brother 24h é o resort dos pobres, é o que eu sinto. Por acréscimo ao cenário tenho que levar com o programa.
Ora, não vi as outras mas esta edição trata-se de um programa muito internacional, há pessoal da venezuela, brasil, londres, suiça, estados unidos, há quase mais estrangeiros lá do que na rua Augusta, antes do Covid, coisa que não é fácil.
No programa temos uma miss, que veio dos Estates, foi obrigada a vir para Portugal depois do pestanejar dela ter provocado o furacão Katrina, em 2005.  

Temos o bombeiro de Valongo, que é uma terra que eu simpatizo e onde já trabalhei um ano, graças a deus nunca precisei de ajuda daquele bombeiro. O jovem cada vez que é nomeado só falta dizer que lhe vai fazer a folha cá fora e aparentemente os Bombeiros Voluntários de Valongo já se vieram demarcar da postura do jovem. Ter um bombeiro a dizer a alguém que lhe devia ser negada ajuda só porque o nomeou num joguito da treta diz muito sobre o carácter de alguém. Shame.  

Há um mentalista que hipnotiza pessoas e parece ser bom, porque hipnotizou de tal forma a Soraia, que a miúda não o larga.
Há a miúda da Suiça que, com 22 anos, parece ter mais rodagem que o meu carro do trabalho, que já foi comprado em segunda mão, a uma bailarina do Micael Carreira, por isso imaginem.

Enfim, o ano de 2020 está a ser um ano mau para todos, que nos leva a ver este tipo de programas, está a ser mau para nós, para o comercio, os restaurantes, os ginásios, as companhias aéreas, à excepção, claro, daquelas que vão lá passar mensagens, para essas está a ser um grande ano e a continuar assim, em Julho, estão a fazer propostas para comprarem a TAP...

Para ouvir, no Spotify, aqui:

terça-feira, 26 de maio de 2020

Diários da Quarentena #8


A atividade física é uma farsa.
Face à quarentena, decidi começar a fazer exercício diariamente, mas, mesmo assim, o peso  aumentou.
Quem diria que os 20 sprints, por dia, que eu fiz do sofá ao frigorífico não servissem de nada...

sábado, 23 de maio de 2020

Aquele orgulho ferido


Já repararam que reagimos de forma muito particular quando falam mal das nossas coisas e dos nossos? Fere-nos o orgulho? Percebi que, no geral, somos muito territoriais e defensores das nossas coisas.

Já me aconteceu eu estar a falar da terra de onde eu nasci num almoço, a um grupo de pessoas, em que uma das pessoas eu não conhecia sai-se com "Hiiiii, mas tu és lá do fim do mundo".
Wow, nasce em nós uma semi fúria, orgulho ferido, e apetece logo perguntar: "quem és tu pá  para estar a falar mal da minha terra?"
Ao que ele continua: é que eu moro cá há muito anos, mas nasci lá, sou teu conterrâneo.
E pronto ai, toda a fúria vai embora e passa para o extremo oposto. Yahh, nem a internet funciona, é uma seca, não há acessibilidades nenhumas. Ou seja, só os "nossos" é que podem falar mal.

É um pouco como quando falamos mal de portugal: "Ehhh, o ordenado mínimo é uma miséria, os profissionais são pouco valorizados", mas depois se ouvimos um estrangeiro falar mal de Portugal e salta-nos a nossa veia temporal, começa a saltar na testa, e saímos de nós, apetece logo dizer: "lá no teu país deve ser melhor, queres ver". Passamos dos dois extremos muito rapidamente.
No fundo é como falar mal do nosso namorado, mãe, amigos. Nós podemos, ou outros se dizem alguma coisa, saiam da frente, estamos pronto a aplicar um golpe de muay thai que desconhecíamos até que sabiamos.

Nós mulheres também temos uma coisa muito particular, quando uma amiga se queixa do namorado, podemos passar anos a ouvir que ele é um este, um aquele, um sem vergonha, um aqueloutro, mil e quinhentos defeitos, mas depois nós temos que ter muito cuidado, porque se insistimos muito que ele não presta, lá vem a fúria territorial, que nós conhecemos, somos logo obrigadas a corrigir o nosso discurso, epá "eu sei que ele foi uma besta (mas corrigimos logo para "um pouco insensivel"), mas certamente que não foi por mal, de certeza que ele tem uma razão válida para ainda falar com a ex namorada no whatsapp"...



sexta-feira, 22 de maio de 2020

Grupo das Bimbas



Aderi à bimby por intreposta pessoa. A sogra ofereceu uma bimby o que me torna bimbólica por associação. Classe que eu tenho ainda alguma resistência a aceitar que pertenço.
Ora ora, tenho uma bimby o que fazer? É uma espécie de maternidade para a qual nos temos que nos preparar e como o fazer da melhor maneira? Como? Aderir a um grupo de facebook, que é onde sabemos, que jorra a informação mais fidedigna do universo.
Desde aí, que eu faço o que posso para me controlar e não deixar lá uns comentários, que me dariam o passaporte para ser expulsa do grupo.

Então mas o que sucede no grupo das bimbys, aka bimbas, vá:

Perguntas que surgem:
Esta foi no pico do estado de emergência, pessoas a morrer, covid a acontecer, alma bimba pergunta: O que fazer para um jantar de 12 pessoas, em casa, para amigos?
Apetecia responder: Comece por colocar na bimby o seu cérebro, pique na velocidade 7 durante 2 minutos. Sirva em pequenas taças, leve ao frio e está pronto. Há pessoainhas poucochinhas, que não há?

Outra pergunta que vi esta semana foi:
Tenho 1kg de camarão cozido, o que fazer?
Apetecia responder: Comece por abrir uma mini, sente-se na varanda, descasque o camarão e mastigue por 30 minutos. Alterne com a mini e já está. Coma, caraças. O que fazer com camarão cozido,

Tenho alheiras que preciso gastar o que fazer?
Apetecia responder: Faça as alheiras numa sertã e adicione um ovo a cavalo. O que fazer a uma alheira? Amigos, eu já morei um mês em Mirandela, e jovem não estraga alheira. Parece-me aquelas perguntas tipo: Estou aqui no bar da praia, está um solzinho bom, estou sentado numa esplanada e tenho aqui uma super bock fresquinha à minha frente, o que fazer?
Tipo é que não se percebe.

Tenho imensos limões, o que fazer?
Amiga, faça limonada. Se a vida te dá limões... Já se a vida te der uma bimby, vai para um grupo de facebook fazer perguntas parvas...

Tenho 4 iogurtes em casa, o que fazer para os gastar?
Coma um por dia, ao pequeno-almoço, até terça-feira.

Comecei a fazer uma omelete, mas ainda está muito líquida, o que fazer?
Ora bem, realmente esta é difícil, ou decide sorver a omelete por uma palhinha ou então, de modos que, deixe estar mais uns minutos até a porra da omelete estar pronta. Valha-me deus.

Dá a impressão que se a Vorwerk vendesse acessórios, do género, como cesto de neurónios, dava um jeitaço.



quarta-feira, 20 de maio de 2020

Cheguei ao Podcast


Estou a aventurar-me no Podcast.
 Caso tenham curiosidade estou aqui.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

A casa

bedroom, decoration, and bed image

Soubemos hoje que os donos da casa que andávamos a ver e pela qual nos apaixonamos desistiram da venda. É estranho porque nos imaginamos a viver lá, porque sonhámos com as renovações que iriamos fazer. Enfim, custa um bocadinho, mas o que é isso num ano em que está tudo ao contrário, em que nada é aquilo que se estava à espera.
Este é o ano das reviravoltas.

Big Brother 2020

food, nature, and view image

Hoje assisti aos gritos e choros histéricos da concorrente vegan, porque estavam a cozinhar uma galinha. Não sei se vão passar as imagens, porque vi em directo, mas foi qualquer coisa...
Percebo que comemos mais carne do que efetivamente precisamos e que há vantagem em fazermos uma refeição vegetariana um dia por semana, por exemplo ou diminuirmos este consumo.
O mal de muitos vegan é que eles tentam evangelizar os outros a toda a força e estas fitas histéricas, os gritos, as acusações a quem come carne e peixe, epá... parece-me tudo muito fora do bom senso. 

terça-feira, 12 de maio de 2020

Valentina

ballet, baby, and dance image

Diminutivo de valens, valentis. Quer dizer “valente, forte, vigoroso, cheio de saúde".

É preciso nascer-se valente quando se nasce de um monstro, quando não nos calhou em sorte ter alguém que nos cuide, que nos proteja acima de qualquer coisa.
Desculpa Valentina por não te protegermos, por nós, sociedade, não termos percebido, antecipado e te protegido. Desculpa aquilo que sofreste, os anos que te tiraram, os sorrisos que te roubaram.

Não há justiça possível nesta situação. Anos de cadeia não apagam a dor que te causaram, não devolvem as gargalhadas que te tiraram. Desculpa que te tenha calhado alguém, que ao ver-te morrer, não tenha tido a humanidade de perceber o erro e ter chamado socorro, de perceber a monstruosidade do que estava a fazer, do que te estava a roubar.

Valentina que estejas hoje em paz, sem medo, sem receio, em segurança, que tenhas agora aquilo que não tiveste em vida, que onde estiverem tenhas tranquilidade, que é algo que nós, cá, não temos, enquanto soubermos que há pessoas assim e que pode ser o vizinho do lado, o senhor pacífico lá da fábrica, a senhora que frequenta a mesma aula que nós no ginásio.
Que a tua partida sirva de alerta, para que os educadores, as famílias, a sociedade prestem mais atenção e que se salvem outras Valentinas.

Hoje estás no coração de todos nós.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Diários da Quarentena #7





Ando a comprar e a comer os meus sentimentos, if you know what i mean.

Já encomendei coisas no Leroy, que chegaram cá a casa num piscar de olhos, com o objetivo de chegar perto do que está na foto. Ainda estão nas caixas para o namorado aplicar. Comprei também um candeeiro, falta comprar um casquilho, para o colocarmos. Enfim, you name it. 

Já comprei roupa na Mango. Já encomendamos sushi, que nos soube pela vida, palavra d'honra. Nem vos digo nada... Eu consumista em recuperação, cujas compas andavam há anos nos limites mínimos e controlados, só no aniversário ou nos terceiros saldos, assim tudo muito contrado e agora isto, anos nos grupo dos shoppaólicos anónimos e agora isto...

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Diários da Quarentena #6

Se eu vos dissesse as horas que passo ao telemóvel a falar com os meus pais e a tentar meter na cabeça do meu pai que não pode sair de casa e isto é um drama real e que não pode facilitar. Por que raio estas pessoas, que já deviam ter idade para ter juízo, acham que são os maiores e que já nada lhes mete medo. Óh nervos!

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Diários da Quarentena #5


How 'Unorthodox' Captured One Woman's Flight From Hasidic Brooklyn ...

Tenho assistido na Netflix algumas séries. Uma delas é a Unorthodox, que é uma história baseada numa autobiografia sobre uma jovem que foge a um casamento e religião castradora. É boa, gostei .



How often should Netflix's The Circle episodes have been released ...

Este é o novo reality show da Netflix.
A Netflix acusou, inclusive, a TVI pela semelhança deste novo formato inicial do Big Brother, uma vez que no The Circle os concorrentes estão todos num T0 e só se comunicam por perfis de redes sociais, que podem ser verdadeiros ou totalmente falsos, como acontece na vida real. É bom para perceber as farsas fáceis das redes sociais e como, mesmo assim, se conseguem influenciar os outros.


Love Is Blind (TV Series 2020– ) - IMDb

Este último está no Top 1 da Netflix USA, o reality show mais visto e cujo conceito eu adorei.
Um grupo de pessoas solteiras entram num programa para procurar o amor. Até aqui nada de novo.
Separam os participantes por géneros, todas as mulheres vão ter encontros com todos os participantes homens. Vão tendo vários encontros, de acordo com as afinidades que forem desenvolvendo.
Tudo isto, sem se conhecerem fisicamente. Só conversando em salas com separação física.
Se encontrarem "o tal" ou "a tal" devem pedi-los em casamento, sem nunca verem as pessoas, e depois casarem (ou não) em 3 semanas.

Adorei do início ao fim. Recomendo, sobretudo para quem gosta destes programas.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

A minha vida dava um filme

fashion, style, and outfit image


Metade da minha vida está escrita neste blog.
Já aqui contei a saga que foi até o namorado decidir avançar com o casamento. 10 anos! 10 anos!
Já aqui contei que ultimamente li uns emails que ele mandou à ex namorada no início, quando nós já namorávamos, a tentar marcar jantares com ela, a dizer que mesmo que um dia casasse ia sempre pensar nela, beca, beca. Giro de ler quando se está com o casamento marcado. (Not!)

Como se não fosse filme suficiente... Na outra semana o meu ex namorado publicou uma foto nossa no instagram e enviou-me uma mensagem. Também 10 anos e pouco depois de eu ter terminado com ele.
A dizer que se eu resolvesse não casar, e quisesse ver se nós ainda resultaríamos, que podíamos tentar. Que até eu dizer o "sim" há sempre essa possibilidade, mas caso decidisse casar que me desejava as maiores felicidades. 

Oh pá... Já dei por mim a pensar que se ele soubesse o dia e a hora era menino de aparecer perto da igreja, mesmo que de longe. Ele é/era dado a essas coisas meio à filme.
Não há nada em mim que me faça hesitar em casar, pelo contrário, tenho pena que não possa acontecer e que provavelmente tenha que adiar no-va-men-te

Apesar de tudo é surreal que 10 anos depois ele ainda pense como seria, eu ter marcado alguém assim é algo que não sei se gosto, acho que preferia que ele me tivesse esquecido e seguido com a vida dele. Não quero ter 1% de probabilidade de empatar a vida a ninguém. De certo modo, sinto-me responsável... depois de acabar com ele teve que fazer psicoterapia pelo que sei, passou uma fase má, enfim.


Mas será possível? Por isso é que este casamento não anda... é só maus-olhados... tenho que ir à bruxa (emoji a chorar de rir), se conhecerem uma boa avisem. Não me venham cá é com aquelas que diziam que 2020 ia ser espetacular...
 

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