domingo, 22 de março de 2020

[pesadelos]

[Ontem meio que adormeci no sofá.
Quando acordei ainda naquele estado pouco consciente lembro-me de ter pensado: então não é que fui sonhar que havia um vírus que contaminava toda a gente e que nem sequer podíamos sair de casa. Lembro-mo de ter achado um disparate lunático, «de filme» aquilo que eu tinha «sonhado».
Depois perceber que não foi um sonho, que era um pesadelo real... mas são indescritíveis aqueles momentos em que percebemos que o que está a acontecer é infinitamente mais surreal do que qualquer argumento de ficção científica.]

quarta-feira, 18 de março de 2020

[Coronavirus]

Não sei como começar, mas 2020 está a ser um ano difícil para todos.

Há uma semana que tenho dois colegas diretos em quarentena. Um esteve  no Hard Club e outra que esteve com um amigo infetado. O meu patrão ainda não deu ordens de encerramento, por isso tenho ido trabalhar. Ontem e hoje meti férias, amanhã não sei, caso não haja encerramento devo ter que ir trabalhar. Perdão, olhar para as paredes porque as minhas consultas estão suspensas, então é mesmo olhar para as paredes do meu gabinete.

Temo que o futuro seja uma incerteza, por enquanto o casamento é a última das minhas preocupações, é mais importante a saúde das pessoas do que uma comemoração deste género. Casar agora iria ser um misto de sentimentos entre medo/felicidade/tristeza por tudo aquilo que está a acontecer. Caso seja necessário acho mais sensato adiarmos e termos um dia pleno, feliz, onde possamos dançar todos juntos sem medos da proximidade, onde os abraços sejam uma benção e não um tormento.
Para quem pode, e felizmente, está em casa a zelar pelo bem-estar comum, eis algumas sugestões:


Museus:

Visita ao Museu do Vaticano aqui.

Visita ao Museu do Louvre aqui.


Concertos:

Hoje há concerto do Fernando Daniel, entre outros artistas.

Resultado de imagem para eu fico em casa concerto

Comédia:

Amor com humor se paga aqui.


Exercício:

20 minutos, por dia, de exercício em casa e sem necessidade de equipamentos  aqui.



Fiquem bem, fiquem em casa.

terça-feira, 3 de março de 2020

Dores de crescimento

room, home, and white image

Eu o namorado sofremos das dores de crescimento, em vários aspectos.
Apesar de sabermos que há várias pessoas da nossa idade que já casaram, já compraram casa e já vão praí no segundo filho nós tendemos a ir com caaalma, muita calma. O que não está errado. O namorado com calma no casar, eu com calma no ter filhos e eis que chega a terceira parte da história: a casa.
Esta calma não é má à excepção de quando nos saí do bolso, todos os meses, anos a fio. Ora bem, nós moramos numa casa arrendada, o que no início era a única solução viável agora começa a pesar, porque estarmos a pagar a casa de alguém, em vez da nossa. São 15 mil euros, no total, que até Setembro vamos ter pago à nossa senhoria. Não vale a pena olhar para trás, mas também sabemos que devemos olhar para a frente e percebemos que é um valor que, a continuar, nos penaliza.
Temos feito algumas visitas a imóveis e amigos... está tudo pela hora da morte. Não é uma boa fase para comprar e a nossa questão é que não podemos esperar mais 3, 4 ou 5 anos nesta situação até que as coisas melhorem, mesmo por causa da idade para os empréstimos, etc.
Pois bem, vamos ter que sair do centro de Aveiro para muita pena nossa, estamos perto de tudo, o trânsito é pacífico e sentimo-nos seguros, mas os valores são incomportáveis, acho que está toda a gente a tentar testar os limites da banca, o que não me parece, à partida, uma boa ideia.

Há pouca construção, a nova está catalogada como premium, com "acabamentos de luxo"… amigos não são acabamentos de luxo… são materiais novos... apenas e só. Muitos deles não passam de chão flutuante, paredes em pladur, tetos falsos e cerâmica nova. Não me venham com essas de acabamentos de luxo… Não é mármore italiana, nem tapetes da Pérsia...

Um dos imóveis que fomos ver ficou-nos no coração. Precisa de algumas obras, mas coisas mais superficiais e menos estruturais. Ficamos fascinados com o facto de podermos viver ali, o fascínio pode não ser muito bom e pode toldar-nos da realidade, mas foi isso que aconteceu… começamos a imaginar-nos ali. Nós, a fazer retoques, a ter espaço para arrumação, a poder receber a nossa família, enfim, mil cenários. Contudo, tenho medo que esta opção nos deixe em stress financeiro. Serão 35 anos a pagar uma mensalidade que impõe algum respeito. Depois olhamos para o lado e vemos que o imobiliário está todo caro e mesmo que façamos cedências vamos acabar por comprar algo, no máximo, 30mil euros mais barato. Será que compensa a longo prazo? Será que devíamos ir com mais calma, comprar algo mais barato e poder continuar a viajar, pagando a casa em menos anos? Prescindir de algum conforto e área, mas viver mais descansados? O meu "eu interior, pessimista e forreta grita: compra algo mais barato e depois vê como a vida corre..."  

Ok, as outras opções que vimos não são comparáveis mas dão para vivermos na mesma. Será um capricho estarmos a ponderar gastar o nosso budget máximo para uma casa? Não sei que vos diga, mas que estamos confusos, lá isso estamos...


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