domingo, 18 de novembro de 2012

Gestão de um divórcio (?)

 
Não imagino o que será viver um divórcio na primeira pessoa, mas basta-me olhar à volta e exemplos não faltam. Acredito que não seja nada fácil. Vamos lá por pontos:
 
1. É toda a gestão de expectativas e de tudo o que se investiu naquela relação que vai ao espaço.
 
2. Filhos. Uih, nem entro por esta questão.
 
3. Casa, carro, prestações, dívidas que se fazem. Planos a 30 anos, que muitas das vezes acabam em 2 ou 3. De um momento para o outro ninguém quer ficar com a casa, com as memórias que ela traz e, no entanto, recomeçar toda uma vida do zero não deve ser financeiramente fácil.
 
4. E a cerimónia do casamento? Deve-se chorar o dinheiro gasto no Porche alugado para o dia, o balúrdio gasto nas flores da igreja, nas pessoas acessórias que foram convidadas, como aqueles tios de que até nem se gostava nada, ou aquela colega de trabalho que sabemos que só foi criticar tudo o que aconteceu, mesmo por mais fantástico que fosse. E o vestido? Que se faz a um vestido que custou 5 ordenados mínimos e que foi comprado como sendo "o vestido da vida" e depois... O que se faz? Vende-se no olx? Deita-se fora? Põe-se numa imersão de gasolina e vai-se buscar um fósforo?
E o álbum de fotografias que custou uma pequena fortuna? Antes ainda dava para resolver facilmente, pegava-se nas fotografias e cortava-se ao meio. Assunto resolvido. Eliminava-se o traste ou a vadia ali na hora, mas com esta moda dos álbuns digitais, é um problema.  E os mil euros investidos no vídeo do casamento? Alguém vai querer ficar com ele? I dont think so

5. E as coisas pequenas, como as prendas, as fotos da lua de mel, das férias em Cuba? Hum?
 
6. E mudar o relacionamento no Facebook? O facto de mudar de "casado" para "solteiro" expõe uma pessoa logo ali na hora. Virão, seguramente, os primos de França perguntar "ce qui se passe?", e sabemos que uma data de pessoas vão ficar extremamente contentes por saber que falhamos algo, sabemos também que vai virar assunto de conversa entre os conhecidos durante uns tempos. As reuniões familiares vão passar a ter como assunto principal o/a traste do ex. até esgotarem os nomes a usar. Seguramente se vai ouvir muitas vezes "eras bom demais para ela", "eu sempre achei que merecias melhor", "era uma vadia, via-se logo", mesmo que antes gostassem muito da pessoa.
 
7. Para não falar que vem logo a vizinha meter conversa a ver se extrai mais algumas informações, mas sempre como que muito compadecida com a situação, verbalizando um "foi melhor assim", "a vida continua", mas sedenta de detalhes mórbidos para falar no emprego ou no condomínio, como traições e peixeiradas.
 
Imagino que seja tudo muito difícil. Namorado, sim tu, olha isto é assim.. Vê lá a tua vida! Tu depois não me dês esta carga de trabalhos, que eu nem sei o que te faço. Considera-te avisado. :)

4 comentários:

Anónimo disse...

pois, é difícil, mas é preferível passar por tudo isto a viver infeliz o resto da vida!

S* disse...

É sempre doloroso, mesmo que também seja meio um alívio.

agri disse...

É parecido com fazer o luto, mas a pessoa está viva. É o luto da relação. É arrumar tudo na cabeça, nas devidas gavetas e olhar para a frente.
É arrumar a vida em caixotes. É virar a página. Chorar o dinheiro gasto no casamento? Não. Porque um dia aquilo tudo fez sentido na vida.
O vestido? As fotos? As prendas? Ficam dentro do caixote.
Os planos a dois? Desaparecem!
O "foi melhor assim" e a "vida continua" são mesmo verdade. O mudar o relacionamento no facebook? Fácil: não é preciso ter lá se és casada, se estás numa relação, whatever.
A família? Não se perde tempo a falar de quem já não está.
Porque há um dia na vida em que acordas e percebes, definitivamente, que aquela foi a melhor opção que poderias ter tomado.

Anónimo disse...

Esta abordagem foi simplista, imatura e materialista, a meu ver.

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