segunda-feira, 25 de março de 2019

O documentário da HBO sobre Michael Jackson: Leaving Neverland



Não me lembro de ouvir regularmente as músicas do Michael enquanto crescia, parece que tenho mais percepção das embrulhadas que se metia, daquela imagem dele a colocar um dos filhos bebés para fora de uma varanda, como se o fosse atirar, as cirurgias e os processos em tribunal de que já não nem me recordava bem os motivos.
Ainda assim é uma figura incontornável da pop, da música e um ícone mundial que fez músicas que seriam perpetuadas ao longo dos tempos. Pois que surge a polémica da HBO, com a publicação de um documentário sobre acusações de pedofilia sobre o músico. Li que a HBO incorria em processos de eventuais milhões de dólares e mesmo assim decidiu manter a decisão. Uma plataforma destas não incorre no prejuízo de milhões (quando gastou muito pouco a produzir os 2 episódios, uma vez que são apenas testemunhos de 2 famílias) em mostrar algo, se não fosse grave e credível, penso eu, vi também que inúmeras rádios o excluíram e percebi que algo sério se estava a passar, pelo que decidi ver o documentário. Nem que seja para formular a minha opinião, se que são uns aproveitadores a difamar quem já não se pode defender ou se há matéria por onde deixar de cantar as músicas dele.


O documentário é um murro no estômago. Todos os que são pais, inclusive, deveriam ver, nem que seja para prestar atenção ao que não se deve fazer, ao que se deve estar atento, seja com a proximidade com a família, amigos da família e pessoas que consideramos de confiança.

São 2 famílias de 2 jovens com um denominador comum: deixaram-se encantar pela fama, pela promessa de sucesso dos filhos e pela vida que tinham perto de uma das maiores estrelas pop.
O Michael é tido como um homem solitário, mas que adorava estar perto de crianças e que convidava frequentemente crianças e as suas famílias para passar temporadas (facto comprovado em tribunal) no seu rancho "Neverland", numa alusão à Terra do Nunca, ao Peter Pan, à ideia do rapaz que nunca cresceu e que mostra o mundo infantil onde ele vivia.
Facto provado em tribunal: ele dormia no seu quarto com as crianças, com autorização dos pais, que acreditavam que só viam filmes e jogavam e comiam doces. Dizem que o Michael era incapaz de fazer mal a uma criança e por isso NINGUÉM questionava a enormidade que era um homem querer dormir regularmente com crianças (várias as longo dos tempos), num quarto fechado. Ele  era uma estrela e estava acima do bem e do mal, aparentemente,

Qual a razão de não terem contado mais cedo e só virem agora contar isto? Que era uma das questões que eu tinha antes de ver o documentário. Eles referem que um dos momentos chave, para além de todo o medo que tinham que se soubesse, foi depois de terem filhos começarem a temer que fosse algo que pudesse acontecer com eles e eu acho credível, nem sempre temos real percepção da gravidade de uma ação, de uma escolha até a vida nos colocar numa perspectiva diferente, ter filhos deve mudar a percepção das coisas, da vida, dos receios e é um motivo válido.

Querem é dinheiro! Pensava eu, antes. Depois percebi que um deles é um coreógrafo super bem sucedido da Britney Spears, Justin Timberlake, NYSNC, So do you think you can dance, Circo du Soleil e percebi que ele não tinha necessidade nenhuma e que provavelmente para a sua carreira teve muito mais a perder do que a ganhar. Se quisesse ganhar dinheiro tinham feito com o Michael em vida, como aconteceu com outra criança, que acusou o cantor e que os advogados prontamente quiseram chegar a um acordo de 10 milhões de dólares para ficar tudo por aí, alguém que não é culpado dificilmente aceita dar esta quantia, como que para que não se possa investigar ou acusar. Se o interesse destas pessoas fosse extorquir dinheiro tinham tido facilmente oportunidade de resolver isso bem cedo, porque já tinham estes casos precedentes.

Outra coisa que percebi foi que um dos miúdos que dormia com o Michael era o do Sozinho em Casa, que até hoje refere que não sofreu de abusos. O que apesar dele negar, para mim explica muita coisa. Depois de ouvir o que eram sujeitos percebo bem a necessidade de um escape, de fugir daquela realidade e compreendo melhor o seu historial nas drogas. Nós pensamos: como é que um miúdo que tinha tudo acaba assim? Pois, agora é mais fácil para mim perceber.


Imagem relacionada

Para mim há uma certeza: O Michael era um pedófilo, não foi condenado e viveu impunemente devido ao seu estatuto. Não são só estes relatos, há testemunhos em tribunal de empregadas de limpeza, motoristas, crianças que detalhavam o que ele lhes fazia. Enfim, um horror, um cenário dantesco que muda, para sempre, a minha opinião sobre ele e a sua carreira. A ironia da musica "to make it a better place for our children". 
Esta é a minha opinião. Se querem formular a vossa própria opinião aconselho o documentário. 

terça-feira, 19 de março de 2019

Eu digo-vos uma coisa...

Ontem estava no meu trabalho quando uma criança me vem pedir gelo.
Achei estranho, perguntei-lhe o que se passou e ela diz-me que tinha sido lá fora que se tinha magoado... Tentei perceber melhor e a menina esclareceu que tinha sido a mãe, que tinha passado com o carro por cima do pé e ela precisava de gelo para pôr.
Fui buscar o gelo e depois contei a uma colega minha, colega essa que afinal tinha assistido à situação no estacionamento, diz ela que a mãe passou-lhe com o pneu por cima do pé, ainda mandou vir com a criança e deixou-a ali, indo à sua vida e deixando a miúda para uma atividade que ela ia ter. Nem saiu do carro, a criança que devia ter 6 ou 7 anos ficou ali "entregue" com o pé sabe deus em que estado, eu acho surreal, mas isto sou eu.

Está tudo maluquinho ou é só impressão minha?


quarta-feira, 13 de março de 2019

Escape room Casa de Papel

Resultado de imagem para Escape Challenge casa de papel

Ora que não contei aqui que fui fazer o Escape Challenge da Casa de Papel.
Muito giro, sim senhor, para quem não sabe o conceito basicamente é fecharem-nos dentro de uma sala decorada com cenário alusivo à série, com pistas e enigmas que tens que decifrar para poderes sair com os milhares da casa da Moeda de Espanha. Tem piada que tem um telefone igual ao da série, onde podemos ligar ao professor, que nos vai ajudando. Vestimo-nos como eles, temos máscaras e pistolas, para quem gosta da série é muito giro.
Quanto ao grau de dificuldade, bem... Fomos 4 o que ajudou, se tivesse ido sozinha acho que ainda hoje lá estava.

Conversas lá em casa

paris and france image

Já aqui falei, muitas vezes, sobre a luta que é viajar com o meu namorado.
Resiste, resiste, não toma iniciativa, lá vai a muito custo, depois gosta muito, vem falar aos amigos de mil e uma coisa das viagens e depois entra em regressão outra vez.

Corrijam-me se estiver errada, que posso estar, mas aproveitar para viajar é antes de ter filhos, não há preocupações, não há responsabilidades, não há coração nas mãos quando se vai. Depois vai ser sempre diferente. Acho eu, presumo, não sei.

De modos que já lhe disse, a propósito de uma viagem que o arrumadinho planeou para a Pipoca (ou coisa que o valha) quando é que era ele a planear, a programar, a fazer-me uma coisa dessas. Porque, caso contrário, sou sempre eu que tenho que tratar de tudo e era simpático uma surpresa dele.

E não porque depois eu ia dizer que eu arranjava viagens mais baratas do que ele comprou e que sou eu que estou habituada a fazer isso para quê inventarmos e patati patata...

Ou seja, vai sobrar sempre para mim. Ok, ok... Same old same old.

Falo em viagens e nada, nunca é para avançar, nunca nada. Se não fosse eu, sem ser em Portugal, Benidorm era o sítio mais longe onde tínhamos ido...

segunda-feira, 11 de março de 2019

Quem quer casar com o meu filho

Ontem vi o "Quem quer casar com o meu filho", percebi depois que também estava a dar o "Quem quer namorar com o agricultor", mas tarde demais... já tinha começado a ver o da TVI.
O que senti é que foi um programa mesmo bom para começar depois do dia da mulher, ainda há 3 dias atrás falamos na importância da mulher, da igualdade, fizeram-se marchas e manifestações e ontem começa o programa que reduz a mulher à lida da casa ou a alimentar bem os pançudos dos filhos daquelas senhoras. Boa!! Assim é que é. Aquela conversa da igualdade já estava a soar excessiva e as mulheres devem é voltar para onde vieram, que é atrás do avental. Isto, claro, sugerido por outras mulheres, as mães daquelas relíquias com olhos.
Não cozinhas? Thank you, next! Só faltou perguntar, estás apta a procriar? Não? Neeeeext. Não faz diferença se sabe falar 3 línguas, se é bem sucedida, se lê Margarida Rebelo Pinto ou Saramago... se não alimentas bem este urso então amiga, já foste.

Gosto, também, do conceito de alguém que pensa: "Epá o meu filho tem 20 anos, já está na hora de ir com ele para a televisão ver se despacho esta bisca num programa que refere "casamento". São 20 anos aturá-lo, já está na hora de ou rentabilizar alguma coisa, com o que a produção paga e alguma fama e protagonismo que foi coisa que eu nunca consegui e pode estar aqui uma oportunidade, que este marmanjo só sabe comer e eu tenho que ver se recupero algum do prejuízo que me deu ao longo destas 2 décadas. Ou então é mesmo alguém que pensa "20 anos?" já temos que orientar a boda deste jovem, não vá ele chegar aos 23 ainda sem ninguém e acabar a morar connosco para sempre. Agora olhando para as opções... naaa, é mesmo só a primeira opção, certo?

Acho um pouco ridículo o esforço das estações em combater a ideia da violência sobre as mulheres, às 12h as crónicas criminais a falar sobre atos hediondos sobre as mulheres e quanto isso é condenável, as 20h os especialistas nos jornais da noite a explicar a importância da igualdade, na proteção às mulheres e tudo e tudo para depois as 22h vir estas misérias de programas colocar a nu, o que mais retrógrado vai na cabeça das pessoas, a colocar as mulheres ao centro, num escrutínio fútil, que nos deve envergonhar a todos. Parece aquelas revistas para público feminino - página 3 "Goste de si pelo que você é, aprenda a amar-se", página 7 "Dicas para perder os quilinhos a mais para o verão". É aquela coerência...
A luta pelas audiências não pode permitir tudo, não pode permitir um nazi, defender teorias de extrema direita, nem programas a colocar as mulheres numa posição como se fosse um abajour decorativo. Diretores de programas acordem, isto não é aceitável! Se a super nanny foi censurada, então amigos, mal posso esperar pela mobilização da sociedade, que devia acontecer para que as estações percebam que isto não pode ser concebido, em nenhum estado de direito.

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