sábado, 30 de julho de 2016

Quintino Aires e o caso do racismo aplicado às minhas férias


Não tenho tempo para ver televisão, de modos que normalmente vou acompanhando as novidades nos sites de noticias para me manter a par do mundo lá fora.


Eis que me deparo com esta notícia "Comentador da TVI acusado de racismo", quando li que era o Quintino Aires abanei logo a cabeça em sinal de depreciação. 
Não sou grande fã do indivíduo que, por vezes, tem comentários assim demasiado fora da caixa, às vezes tão desfasados que nem sequer se vê "a caixa", de todo.
Li a notícia e percebi que estava em causa comentários racistas sobre ciganos, disse que "não trabalham, que vivem à custa da segurança social, que ameaçam pessoas e que não cumprem as regras da sociedade", entre outras coisas.

Pois que este tema não podia vir mais a propósito.
Nesta semana de férias escolhi um Ibis bastante simpático e confortável para passar uns dias. Uma manhã eu e o namorado estávamos na piscina do hotel, a fazer a fotossíntese, quando vimos algo inesperado e caricato.

Aproximava-se uma família de ciganos que ia pronta para "montar a tenda" na piscina. Trouxeram para a piscina as suas malas trolley, caixas pretas de fruta, sacos de comida, imensa roupa que lavaram na banheira do hotel, trouxeram cabides do hotel com roupa pendurada que tinham acabado de passar.

Eu olho para o namorado e o namorado olha para mim.

Esta família monta toda esta estrutura mesmo ao nosso lado. Uma das filhas, ainda criança, não se cala, acabando com o sossego de quem gostava de descansar e inclusive faz comentários ofensivos sobre outras pessoas que estavam lá, sem qualquer repreensão da família. A matriarca rapidamente estraga um candeeiro do jardim sem a mínima preocupação de o reparar ou tentar compor. Levaram inclusivamente guarda-sóis que eram correspondentes a outras cadeiras sem pedir e enquanto uns tinham sombra desta forma, outros puseram-se a apanhar sol vestidos de roupa negra (e Cristo estava um calor!), a filha foi para a piscina completamente vestida. Ás tantas começaram a comer cerejas e a deitar o que não comiam para o chão. As toalhas do hotel também andavam por lá espalhadas. Olhei para o lado e tinham estendido toda a roupa que tinham lavado no hotel nas vedações da piscina para secar.

Eu olho para o namorado e o namorado olha para mim.

Isto fez-me lembrar outra situação que presenciei há alguns anos.
Durante um dia de Sudoeste fiquei à porta de uma mercearia à espera de umas colegas que tinham ido comprar algumas coisas. Nestas alturas a Zambujeira torna-se pequena e para evitar a confusão fiquei cá fora.
A certa altura vem o dono da loja e um funcionários a agarrar um jovem para o colocar na rua. O rapaz vem aos gritos: "Só me estão a fazer isto porque sou preto", "Isso é racismo!", "É uma vergonha esta descriminação" , "É racismo, não podem fazer isto".

Fiquei triste por este caso de racismo estar a acontecer mesmo à frente dos meus olhos.

Os 2 senhores colocam o jovem cá fora abrem-lhe a mochila e retiram de lá 5 garrafas de whisky roubadas da sua loja.

Por momentos a minha fé foi abalada. Percebi que alguns estigmas sociais contra os quais sempre me debati e lutei, infelizmente, nascem da realidade dos factos.


Nota de rodapé: Não é demais lembrar que a autora foi membro de organizações de defesa dos direitos humanos, foi voluntária em vários projetos em cooperação com a Amnistia Internacional e como tal este espaço é o reflexo desses mesmos valores, condenando todo o tipo de racismo  e discriminação.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Coisas que só a mim, valha-me deus



Pedi férias ao patrão. 
Ele olha para mim com ar desconfiado de quem analisa a constitucionalidade de um trabalhador meter férias. "é obrigatório por lei" - digo eu tentando acabar com o impasse mas ele não se convence... retribuí então com um "a menos que m'as queira pagar, claro...".

"Quando é que quer marcar?" - Diz ele de imediato.
Avançamos logo para a loucura de marcar uma semana de férias.


De modos que estive de férias na semana passada. Mandei-me com o namorado uma semana por esse Portugal fora dai a minha ausência.

Ao fazer a mala constato que levo significativamente menos roupa do que o namorado e fico consternada com o que isso pode representar numa relação. Asseguro-me que ele ainda gosta de gajas e que não está nenhuma sunga entre os pertences dele. Tudo ok. Eis que penso para os meus botões: vão ser umas férias práticas, sem alisar cabelo, sem roupa que precise ser passada a ferro, está tudo no esquema.

Cristo deixa-me, então, ir para longe e sem roupa para situações inesperadas e de repente ligam-me:

"Olá Eva Luna, estamos a ligar-lhe para estar amanhã numa entrevista de emprego no exato mesmo sitio onde costuma estar sempre mas que nós esperamos que fosse embora de férias para lhe ligar".
Ok... esta última parte não foi exatamente assim.

Durante largos meses andei a mandar currículos e apenas a ouvir como resposta o som dos grilos no horizonte. Assim que me apanham longe, sem roupa (o pior de tudo é sem roupa) e pimbas uma entrevista.

Lá fui à entrevista (vinda dos confins e para onde regressei mal acabou) com o que consegui arranjar na minha mala que não fosse um pareo, uns calções rendados e uns chinelos. 


Uii, um must!
Só a mim.


sexta-feira, 15 de julho de 2016

...

Nunca tive paixão por França, nem a mínima vontade de conhecer Paris. A Torre Eiffel nunca me fascinou e sempre detestei a língua. Quando os meus primos emigrantes (cerca de 50 no total se contarmos os seus maridos/esposas e filhos) vinham de férias e começavam a falar francês eu nunca percebia nada e sempre os achei arrogantes por em Portugal não falarem Português. Sempre tive 0 fascínio por aquela terra de onde toda a gente regressava de BMW.

Por um acaso do destino fui a Paris e percebi finalmente todo o frenesim. Toda a arquitectura, grandiosidade e opulência daquela cidade fez com que ficasse absolutamente rendida. Cada vez que parava para olhar para os detalhes da ornamentação daquela arquitectura ficava incrédula e fascinada.

Amei Paris e passei a olhar França com outros olhos. 

Ontem ao lembrar-me do Dia da Bastilha pensei: "que dia belíssimo que será em França, para estar em França" imaginei as comemorações com a Torre Eiffel no fundo, todo o fogo de artifício e tive pena a viagem não ter calhado nesta época. 


Depois levei com o estalo do terrorismo na cara. Outra vez.
 

terça-feira, 12 de julho de 2016

Gap year

Invejo poucas coisas, mas uma delas é aquela experiência de gap year que vemos nos blogues ou nas páginas de Facebook. Nunca ponderei um gap year, muito menos no final do ensino secundário por várias razões. Não tinha nem maturidade suficiente, nem aspirava a tal, considero que não é a melhor altura para algo dessa dimensão, sobretudo de quem vem de um meio pequeno como eu. Se tirasse um ano para "fazer coisas" o mais certo era não fazer nada de relevante, em que se perdia o sentido da coisa.

Mas hoje vê-se cada vez mais o gap year durante a universidade ou após a licenciatura e damn que inveja!
Ao ver fotos de todo o percurso do casal de namorados que ganhou o gap year do ano passado é de morrer de inveja. Receberam 6500€ e viajaram por incontáveis países no que aposto ter sido o ano das suas vidas (os créditos das fotos são deles).
Disso sim tenho pena, invejo a sorte de se usufruir de uma oportunidade dessas, tenho pena de não ter feito nenhum experiência de voluntariado internacional, sobretudo depois de não ter conseguido ter passado pela experiência Erasmus que tanto queria. Enfim, sou uma frustrada! :)

A vida começa cedo demais. A prioridade passa por arranjar emprego, comprar um carro, negociar um empréstimo, torrar tudo o que se tem numa cerimónia de casamento, perceber qual o carrinho de bebé que nos vai facilitar mais a vida. Enfim, e depois chegar ao fim do mês com dinheiro e viajar pode facilmente deixar de ser uma prioridade and that sucks!







segunda-feira, 11 de julho de 2016

Comprinhas Lefties



Vestido comprido Navy




Calção de cintura subida


Jumpsuit padrão étnico 

Je suis tres content parce que je suis tres content











...


quarta-feira, 6 de julho de 2016

Crónica de um dia não


Trabalhar ao sábado. (Podia parar por aqui certo?)

Acordar às 6 da manhã, como sempre... (ai que dor!)

Ir apanhar o comboio super atrasada. 
Estacionei o carro e achei que ainda tinha tempo de pôr rímel. Saco do rímel, vem o comboio e eu deixo cair o dito em cima da minha blusa branca mais branca não há, tipo branco-dentes-do-Cristiano-Ronaldo. Great!

Toca a ir para o comboio que mais à frente atrasa 30 minutos e me faz perder uma ligação que me faria chegar a horas ao trabalho. 


Eu mereço.

Flickr Images