quarta-feira, 12 de agosto de 2009

homens com h minúsculo

A minha amiga namorou três anos. Partilhou a vida, dividiu e somou tudo o que ao longo de três anos uma relação exige.
Ao fim de três anos ouviu aquilo que ninguém que está apaixonado merecia ouvir, ouviu « eu nunca te vou amar, a ti nem a mulher alguma ».
Os planos, a casa, as cedências, o amor sofreu um golpe que perfurou tudo o que, em aparentes bases sólidas, tinham construído juntos.
Ela ama-o, ama-o apesar disso, apesar de ter ouvido o pior que se poderia ouvir. Após um ano desde que acabaram ela continua a andar com a foto dele na carteira. Continua a pensar e a viver numa esperança secreta e escondida que aquele homem, que a trocou por dinheiro, que apesar de três anos de relacionamento nunca lhe disse Amo-te, aquele que não a apresentava aos amigos por namorada, se aperceba de que o amor que sente por ele é maior do que ele algum dia terá de alguém.
Após a desilusão noto-a descrente em relação ao amor, pois as marcas que ficaram parecem não desaparecer.
É fácil ficarmos descrentes, desiludidas, desapontadas em relação ao amor, apenas porque muitas de nós se cruzaram com homens com h minúsculo, que não só criaram laços para os desfazer abruptamente como cravaram cicatrizes que vão permanecer marcando a vida de muitas que cairam no erro de acreditar num amor com a minúsculo.

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