quarta-feira, 20 de abril de 2011

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Depois de toda a busca pela pessoa ideal, por aquela que "é pá, sim senhora, onde é que ela estava este tempos todo, como é que consegui viver sem ela estes anos todos?" Quando encontramos aquela que nos enche as medidas e que baixinho pensamos "Ena, que aquela pessoa é tão tudo, tudo, tudo, que é mais que eu podia pedir, é tão mais, mas tão mais, que pode ser que não repare que merece uma pessoa mais interessante do que eu, mas, shiuu, pode ser que ela não repare".
Eu encontrei a minha (meu, no caso).
Mas pensam que é a parte difícil da história, que agora vem o felizes para sempre, and that's it, end of journey? Que o difícil é encontrar aquela pessoa?
Não, não.
E os dias longe? E a aflição da distância, do acordar, estender a mão na cama e ele não estar? E da necessidade de ter abraço e não poder?
Está bem é quem ainda não encontrou, que não sabe o quão bom é, e, que assim sendo, não sente falta do que não conhece.
Mas, e quando ele está, acham que sê é feliz quando se tem que sair da cama, sabendo que podíamos ficar com ele? Acham? Que se é feliz, quando ele vai jogar futebol e ele chega magoado? Acham que se é feliz quando se prepara o jantar para ele e aquilo mais parece sola de um qualquer Fly London? E ai? É giro? Não, não é.
Alguns dizem que a ideia é se tirar satisfação de outras coisas, que isto de ser feliz do amor é uma massada já muito fora de moda, uma complicação, uma oscilação constante entre o bem, o muito bem, o mal e o muito mal. Um problema pegado, é o que é.
Mas, se assim for, é um problema que eu quero ter para sempre.
Quero que seja para sempre ele que fique na minha cama quando eu me levanto, que seja ele que entre com um joelho duvidoso depois de um jogo de futebol com os amigos e que seja ele que oiça o "mas eu pedi para teres cuidado", que seja ele que diz que está óptimo quando, na verdade, nem roça o limiar do mais ou menos.
É difícil estar longe, complicado que as coisas não corram sempre bem, extenuante que os planos e as promessas nem sempre sejam cumpridos de forma exemplar.
O dia pode ter sido mau, pode-se ter passado por tudo, que sabemos que aquela pessoa está lá para nós, que nos ama incondicionalmente, e que está disposta a perdoar, a construir, a re-construir.
Que ela nos conhece melhor que ninguém e que nos apoia, no matter what.
Isso faz valer tudo, o ter alguém que é metade de nós, significa que temos menos um ombro onde os problemas vão pesar, porque o peso que supostamente estaria no outro lado vai estar sobre o ombro da outra pessoa.
E vive-se assim, confiando e acreditando e esquecendo, sabendo que, apesar de tudo, é ela que nos acaba a curar as feridas, no fim do dia.
Acreditando que o amor tem momentos em que a saudade pesa, que as coisas correm mal, mas, que no final das contas, é ele o que faz cada segundo valer a pena, cada segundo bom e cada segundo mau, quer se tenha 20 ou 70 anos.

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