sábado, 25 de maio de 2013

Ao namorado:

 
Eu sei que tenho sido uma namorada de merda ultimamente. Eu sei que sim, porque não dizê-lo?
Estou longe, a fazer turnos de 10 horas, emaranhada em projectos, em relatórios, em investigação. Eu, se há alguns anos tinha insónias, agora durmo em qualquer lado. Ando sempre cansada e com sono. Também sei que não tenho um feitio fácil, que o meu orgulho é da altura dos meus sapatos (daqueles novos, de 15 cms, sabes?) e que quando antevejo problemas, não os evito, pelo contrário, deixo-os acontecer e fico ali, a ver de camarote, porque o meu orgulho não me permite que eu os desvie da rota. Quando eu acho que tenho razão também não dou o braço a torcer e que só saio dali quando provar que estava certa, que havia sentido no que eu fiz. Mas, apesar de tudo, eu tento fazer o melhor que sei, o melhor que consigo. Eu sei que nem sempre chega e que aquilo de: o que conta é a intenção também não é uma grande coisa. De intenções anda meio mundo cheio e não é que isso mude alguma coisa, do género toma lá uma peúgas com raquete, o que conta é a intenção. Eu sei que a intenção, por si só, é uma coisa que não alenta ninguém. Eu queria-te dizer que tudo vai ser melhor  e mais fácil, mas é capaz de ser mentira, por isso não vale a pena enganar-te. As coisas serão ainda mais difíceis, por isso ou nos munimos de coletes à prova de relações conturbadas, pequenos stresses e de coisas que não matam, mas moem, ou morremos os dois fuzilados, nesta guerra que é o amor.
Como é? Vamos à luta ou limpamos as armas?

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