sexta-feira, 17 de maio de 2013

Da mastectomia da Angelina

 
Sei, por experiência académica, quão complexos e caros podem ser os painéis genéticos, para analisar as nossas predisposições genéticas para determinadas doenças. Não está no alcance de qualquer pessoa. Percebo quem quer conhecer as suas fragilidades genéticas, mas não sei se o faria. Viver, para sempre a conhecer as probabilidades de algo mau acontecer, parece-me condicionador por demais. Sei que conhecermos essa realidade nos possibilita novas e melhores formas de prevenção das doenças, mas simplesmente saber que se tem 90% de probabilidade de se ter um certo tipo de cancro parece-me que se deve perder a paz. Deve-se passar a viver com o medo, na iminência da doença, mesmo que ainda esteja longe de se manifestar ou até nem se manifestar. Não sei dizer se ela fez bem ou mal, se é uma heroína ou não. Fez, certamente, o que achou melhor e isso basta, mas eu não sei se seria capaz...

1 comentário:

mary disse...

eu faria certamente o mesmo, se fosse para conhecer algo que eu pudesse mudar, como ela. conheceu as probabilidades, tirou o tecido mamário. agora diz-se que vai tirar os ovários. faz sentido, se tem grande probabilidade de ter cancro, assim está a prevenir. mas eu, por exemplo, não procuraria saber se tenho probabilidade de ter cancro de, sei lá, de pele ou dos pulmões. porque não posso tirar nem a pele nem os pulmões, porque ia viver o resto da vida com medo disso. agora ela... fez certamente o que toda a gente, se tivesse a oportunidade, faria....

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