segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O post mais confuso e depressivo da história deste blog

Isto deve ser o assunto mais velho da humanidade, mas não há nada que me faça mais confusão do que hoje estarmos aqui cheios de vida, planos traçados, cheios de sonhos e amanhã podermos não ser mais do que um corpo estendido numa estrada, num hospital e tudo se esfumar assim, tão rápido, de um momento para o outro, numa curva mal calculada, numa doença inesperada, numa decisão tomada de forma rápida e inconsciente.

Hoje faleceu um miúdo que conhecia de vista, um jovem educado, bonito e sempre com um sorriso no rosto, daquelas pessoas que sabemos, de coração, que são boas. Faleceu de uma forma trágica, num início de vida que deixa todos inconformados.

Estou um bocadinho indignada com a vida (mas mais com a morte) e com esta frágil condição que nos calhou em sorte. Desta conjugação estranha entre destino e livre arbítrio e desta efémera condição de ser. De um momento para o outro passamos a ser um corpo sem significado, pronto a decompor-se. Lá se vai toda a existência e o mundo continua, nesta constante azafama. Já dizia a outra que ninguém é insubstituível. A fragilidade da vida assusta-me. E hoje estou um bocadinho inconformada por ter que ser assim. Inconformada por não ser um processo justo, por não se poder viver um mínimo X para se poder morrer. Tal como precisamos descontar Y para podermos ter a reforma. Morrer alguém com 18 anos é matar uma vida no início, num exercício curto e cruel. O de mostrar o mundo a alguém, mas impedi-lo de viver.

1 comentário:

asminhasquixotadas disse...

:( É verdade o que dizes e é muito triste. Lamento muito.

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