quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Teoria da relatividade


Há poucos dias tive a fazer o acompanhamento de uma jovem que tinha a minha idade.
Com um filho de 7 anos, já divorciada e com um ex-marido psicopata.
Comecei a olhar para mim e para trás. Posso ter cometido imensos erros, mas lá acertei em alguma coisa e a primeira foi não ter tido filhos muito jovem, nem me ter dado o impulso de querer casar com o primeiro namorado sério que tive.
Isto porque a minha vida teria sido, sem dúvida, muito mais do que conseguiria aguentar, do que sei que tenho estofo para aguentar. Hoje seria eu, provavelmente, a passar pelo que ela está a passar. Saúde física e mental absolutamente comprometida, incapaz de cuidar da filha, a ter que ter proteção da APAV, etc, etc.

E nisto me foco, como às vezes basta uma má decisão, algo mal pensado, mal calculado, que nos rouba todos os sonhos e a possibilidade de um futuro. Porque a ela isto foi-lhe roubado (por sigilo profissional naturalmente não posso entrar nos detalhes clínicos mais preocupantes), mas acreditem em mim, foi-lhe roubado sem dó nem piedade.

E se com isto estiverem jovens a ler, daquelas que estão a passar por paixões assolapadas, historias de príncipes encantado, que querem que o "conto de fadas" comece as soon as possible, só posso dizer: Pensem. Uma, duas, cinco, trinta vezes antes. Não tenham pressa. O caminho faz-se caminhado. 

Querer saltar etapas é querer deixar em branco capítulos da nossa própria história.



3 comentários:

Anónimo disse...

Ah que bom conselho! Infelizmente há tanta gente que ainda vive nesse mundo e não tem atenção!

Anónimo disse...

Toda a minha turma da primária já está com filhos nos braços ou grávidos. Isto faz-me confusão porque nem casa têm, vivem em casa dos pais e eles próprios já são pais... Que estabilidade darão àquelas crianças? Já para não falar da quantidade delas que nasceram de casos de uma noite e tendo como pais jovens da minha idade que fumam drogas mesmo ao pé das crianças... Fico parva com estas coisas.

Eva Luna disse...

Eu nem consigo cuidar de 2 plantas que tenho na varanda, com este estilo de vida frenético, quanto mais de uma criança!

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