segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Teoria da relatividade



Quando em Janeiro eu chorava porque achava que nos estava a correr tudo ao contrário, se eu sonhasse que hoje estaríamos a viver isto teria poupado aquelas lágrimas.

Moral da história: só a morte é irremediável, para tudo o resto há solução. Há que sofrer menos e relativizar. Claro que é chato, claro que estraga tudo, claro que viver é isso mesmo é lidar com aquilo que estamos em sentir, mas como já vimos há sempre a possíbilidade de as coisas ficarem piores e nos termos martirizado em vão. Tendo em conta este pesadelo, mal eu sabia que o pior estava para vir.


A minha melhor amiga do secundário casou. Soube pelo facebook. Magoou um bocadinho, confesso. Pelo que percebi não houve festa, nem a família esteve presente, mas gostava que ela me tivesse mandado uma mensagem, gostava de ter partilhado essa fase com ela. Não era preciso estar fisicamente presente, mas que ela se tivesse lembrado de partilhar comigo. Sei que já não nos encontramos há imenso tempo, que as coisas já não eram o que foram quando nos víamos. No entanto, quis partilhar com ela quando soube que me ia casar, embora a reação não fosse a que estava à espera, senti que queria fazê-lo, que fazia todo o sentido. Pelos vistos, ela não pensa da mesma maneira. É aceitar e seguir com a vida. Aceitar que os vínculos se perdem, que os laços enfraquecem, que lá porque fazemos algo a pensar em alguém não significa que essa pessoa faria o mesmo por nós.

2 comentários:

Emma disse...

Nem sempre temos a mesma visão que a outra pessoas nas amizades. Na volta ela era a tua melhor amiga mas ela não te via assim. Talvez a reacção ao teu casamento já tivesse sido indicação disso. Já me aconteceu o mesmo. Resta ficar feliz e seguir em frente. Ela fica lá atrás como uma memória bonita.

Eva Luna disse...

Sim, sem dúvida. Aceitar que as coisas mudam e já não são o que eram.

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