sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

[Sobre a eutanásia]

Eu não devo ter o poder de decisão sobre a vida de outra pessoa que está em sofrimento. A minha liberdade acaba quando começa a do outro e a minha opinião também termina quando eu desconheço o tamanho do sofrimento dessa pessoa. A eutanásia ou suicídio assistido deve ser uma alternativa para todos os que querem morrer dignamente.
Uma senhora, uma velhota católica, dizia em reportagem de rua que temos que respeitar os desígnios de Deus e que ela vai viver até morrer e será sempre com dignidade, seja de que forma for. O problema é ninguém sabe o dia de amanhã e espero que aquela senhora nunca se veja numa condição em que afinal viver não esteja a ser assim tão digno. E que nessa altura outros decidam que ela vai ter que continuar naquela situação sem poder escolher por fim ao sofrimento.
É importante pôr fim ao turismo do suicídio, que até para morrer dignamente, mas longe de casa, é preciso ter muito dinheiro. A vida é um direito em si próprio mas a morte, sobretudo em situações tão delicadas, também deve ser.
É um passo histórico e espero que não seja vetado, que não seja entendido como inconstitucional.
A vida é um direito inviolável mas quão trucidada está a ser a vida quando se está dependente, quando se sofre as dores que a morfina já não apazigua.
Não podemos achar que temos o direito de decidir sobre a vida do outro, que vamos achar sempre digna a vida seja em que circunstância for, mesmo quando se é alimentado por sonda, quando dependemos de outros para as coisas mais básicas, quando as dores das escaras são a primeira coisa que se sente ao acordar e a última que se sente antes de ir dormir. Viver é mais do que isso, deixemos as pessoas viverem em paz, mas também elas morrerem em paz.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Cuscar as ex namoradas do namorado? Quem nunca...

dior, fashion, and outfit image

Ora eu e o namorado não temos grandes segredos. Ele usa o meu telefone, eu uso o dele, não há grande coisa a esconder. O meu email e facebook estão quase sempre com login automático no pc dele e quando fiquei sem telefone recentemente usava o dele quase como se fosse o meu.

Esta semana, ele deixou o email dele aberto no meu telefone porque eu precisei de consultar um email de uma compra que fiz na Women Secret na conta dele. Uma vez que para novas compras eles dão 10% de desconto, ou seja sempre eu na forretice do costume.

Pois que quando estava no meu trabalho fui novamente ao email para rastrear se a encomenda já tinha chegado. Eis senão quando tenho uma brilhante ideia. Então e seu escrevesse na pesquisa "Kátia" (sim com k, uma klasse, perdão, uma classe...) que é o nome da ex, no email dele a ver se ainda aparece aqui qualquer coisa?
Ora nós namoramos à 10 anos e pois que aparece emails com a data de Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Julho de 2010. Mau... Não é preciso ser um génio para fazer contas. Mãozita que segura no telefone começa levemente a tremelicar.
Então este sacana ainda falava com a ex. quando supostamente já estávamos juntos?? Pois, que efetivamente parece que sim. Nos primeiros meses, mas sim.
Um dos emails pode ler-se: "Posso casar, posso ter filhos, mas vou sempre gostar de ti, amo-te. Basta estalares os dedos e eu volto para ti".

Paixão de adolescente sanada, espero eu, pois que espero que ela não surja do oculto e estale os dedos. Epá, com tudo o que já gastamos no casamento e na trabalheira que isto está a dar não dava jeito nenhum agora. 
A minha vida dava ou não dava para uma série da Netflix? Netflix se me estiveres a ler, chegamos a acordo tranquilamente... são 500mil euros e eu cedo os direitos de autor e escrevo o guião. Dá para 7 temporadas à vontade e é romance, é comédia, é "traição", é terror. É tudo o que um guionista pode querer.

Casamento: Expectativa e Realidade

love, forever, and ring image

Tudo o que envolve casamento gera uma enorme expectativa, dos noivos, dos pais, da família.
Há aquela pressão de ser "a fase mágica", "o" dia, aquela "one shot", que não dá para repetir.
A propósito do post do blog "As minhas pequenas coisas" sobre as coisas que a S* mudava no casamento dela acho que fica perceptível que expectativa e realidade são coisas muito diferentes.

Ora vamos lá:

Expectativa 
Ser pedida em casamento numa viagem, num sítio emblemático, que represente o nosso gosto por viagens, que será também o tema do casamento, uma coisa planeada, que sabemos que deu um trabalhão enorme, tudo aquilo só para nos surpreender. Aquele momento que só não vai ser embaraçoso porque estás a mil quilómetros de casa e não estás nem aí para as pessoas. Um joelho no chão, uma surpresa bem planeada e que nos deixa absolutamente surpreendidas.


Realidade
Num fim de tarde em Gaia onde fomos ter com uns amigos, já cansados, íamos voltar para casa quando ele diz: "Vamos até ali ver a vista para o Porto", ele senta-se ao meu lado e saca de um anel... 


Expectativa
Escolher a data ideal, aquela que maior parte da família e dos amigos vai estar presente. 
Que haja flores e tempo quente. Fiesta!


Realidade
Escolher uma data, das poucas que sobram, de um dos poucos sítios bons disponíveis. No mês e data possível. Preparas tudo e poucos meses depois ligam-te a dizer que se enganaram e que afinal aquele dia já está ocupado na quinta e que temos que escolher outro dia e mudar tudo aquilo que já tínhamos contratado para aquele dia.


Expectativa 
Escolher a Igreja mais bonita, aquela que mais significado tem para ti e que quando os amigos vierem de longe vão dizer ainda assim, "epá é longe mas a Igreja e o local em si é muito giro, sim senhora".


Realidade
A Igreja entra em obras 12 dias antes de te casares. 
Boa!!!! Essa pontaria não tenho eu para outras coisas.


Expectativa 
Que a melhor amiga de infância fica eufórica e demonstra o mínimo de entusiasmo. 


Realidade
A mãe dela morreu há uns meses, provavelmente não está a ser a melhor fase da vida dela. O interesse no casamento é -20%. Sendo que se tiver damas de honor nem sinto que haja conexão para a incluir e será apenas uma convidada como muitas outras.


Respira fundo Eva Luna... Agora percebi a razão de chamarem as noivas de bridezillas, fica mesmo difícil. O universo parece que conspira, as 'ssoas não colaboram. 
Óh vida, mas ainda assim é seguir em frente, that's life. O objetivo não é ser perfeito, mas fazer sentido e ter significado. 


Alguma expectativa e realidade bastante díspar que tenham tido nos vossos casamentos?
Ou só cá mesmo eu e a S*? 

A importância das coisas

table, wedding, and luxury image
Ora bem... 
Continuo sem carro. Os mecânicos não sabem o que lhe fazer e eu estou mesmo a ver que vou ter que abrir os cordões à bolsa num ano em que tinha supostamente mais em que pensar e onde gastar.
Liguei para a Igreja e tcha tcha tchammm.. A Igreja que eu escolhi, por razões sentimentais e que tinha o maior significado para mim, vai mesmo entrar em obras.. A Igreja tem 400 anos e vai entrar em obras 12 dias antes de eu me casar, o que impossibilita, de todo, o casamento lá.

Já passei todas as fases.
Revolta: Raio dos gajos da quinta que me mudaram a data, se fosse na data que nós tínhamos inicialmente marcado ainda casava naquela Igreja. Eles que nem se atravessem à minha frente!
Esperança: Todas as obras em Portugal atrasam porque razão esta não vai atrasar? Vamos ter fé!
Desespero misturado com choro compulsivo: Óh não, as obras não vão atrasar e vou ter que casar numa Igreja que não me diz nada, a 40kms de casa! Tudo o que eu tinha planeado, tudo, era em torno da quinta e da Igreja e de repente cai tudo por terra.

Por fim, vem a aceitação, a custo mas vem. Esta semana vimos aquelas 4 reportagens da Alexandra Borges, sobre um casal em que ele tinha cancro terminal e em que casaram num quarto de hospital. Quando vemos isto desta forma percebemos que sim, ficamos tristes, a Igreja era a dos meus sonhos, a paisagem era um máximo e eu sendo católica tinha uma mão cheia de razões de me casar ali, mas há coisas mais importantes e que nos chamam de novo à realidade e isto é uma delas.

Flickr Images