Eu o namorado sofremos das dores de crescimento, em vários aspectos.
Apesar de sabermos que há várias pessoas da nossa idade que já casaram, já compraram casa e já vão praí no segundo filho nós tendemos a ir com caaalma, muita calma. O que não está errado. O namorado com calma no casar, eu com calma no ter filhos e eis que chega a terceira parte da história: a casa.
Esta calma não é má à excepção de quando nos saí do bolso, todos os meses, anos a fio. Ora bem, nós moramos numa casa arrendada, o que no início era a única solução viável agora começa a pesar, porque estarmos a pagar a casa de alguém, em vez da nossa. São 15 mil euros, no total, que até Setembro vamos ter pago à nossa senhoria. Não vale a pena olhar para trás, mas também sabemos que devemos olhar para a frente e percebemos que é um valor que, a continuar, nos penaliza.
Temos feito algumas visitas a imóveis e amigos... está tudo pela hora da morte. Não é uma boa fase para comprar e a nossa questão é que não podemos esperar mais 3, 4 ou 5 anos nesta situação até que as coisas melhorem, mesmo por causa da idade para os empréstimos, etc.
Pois bem, vamos ter que sair do centro de Aveiro para muita pena nossa, estamos perto de tudo, o trânsito é pacífico e sentimo-nos seguros, mas os valores são incomportáveis, acho que está toda a gente a tentar testar os limites da banca, o que não me parece, à partida, uma boa ideia.
Há pouca construção, a nova está catalogada como premium, com "acabamentos de luxo"… amigos não são acabamentos de luxo… são materiais novos... apenas e só. Muitos deles não passam de chão flutuante, paredes em pladur, tetos falsos e cerâmica nova. Não me venham com essas de acabamentos de luxo… Não é mármore italiana, nem tapetes da Pérsia...
Um dos imóveis que fomos ver ficou-nos no coração. Precisa de algumas obras, mas coisas mais superficiais e menos estruturais. Ficamos fascinados com o facto de podermos viver ali, o fascínio pode não ser muito bom e pode toldar-nos da realidade, mas foi isso que aconteceu… começamos a imaginar-nos ali. Nós, a fazer retoques, a ter espaço para arrumação, a poder receber a nossa família, enfim, mil cenários. Contudo, tenho medo que esta opção nos deixe em stress financeiro. Serão 35 anos a pagar uma mensalidade que impõe algum respeito. Depois olhamos para o lado e vemos que o imobiliário está todo caro e mesmo que façamos cedências vamos acabar por comprar algo, no máximo, 30mil euros mais barato. Será que compensa a longo prazo? Será que devíamos ir com mais calma, comprar algo mais barato e poder continuar a viajar, pagando a casa em menos anos? Prescindir de algum conforto e área, mas viver mais descansados? O meu "eu interior, pessimista e forreta grita: compra algo mais barato e depois vê como a vida corre..."
Ok, as outras opções que vimos não são comparáveis mas dão para vivermos na mesma. Será um capricho estarmos a ponderar gastar o nosso budget máximo para uma casa? Não sei que vos diga, mas que estamos confusos, lá isso estamos...