sexta-feira, 6 de maio de 2011
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As pessoas queixam-se, mas o ser humano é um bichinho rotineiro.
Blá, blá, blá, que chatice ir para o trabalho todos os dias, que aborrecimento encontrar sempre a mesma pessoa em casa, ai aulas.. borrrrring, fazer sempre o mesmo quando chego do emprego, nhónhónhó, morro de tédio.
Experimentem tirar-lhe uma dessas coisas que as pessoas tanto se queixam da rotina. Se em pouco tempo não é vê-las desorientadas. Perdem coordenadas, sei lá, perdem equilíbrio.
Hoje, por motivos mais fortes, o meu namorado, amor da minha vida, não entrou em minha casa à hora do costume, não vimos a série de sempre, não falamos sobre os nossos dias as usual, ele não está cá, como está todos os dias.
Falem-me de rotina. Ela falhou-me um dia e só eu sei o que me custa.
Olho para a porta, para o telemóvel, espera, estou a ouvir o elevador, espero para ver se ela se repara e se tudo volta ao de sempre, ao normal. Ainda vai a tempo - penso. Mas nada.
Dá-se mais valor às coisinhas do costume, faz-se as contas do que é que se dava para se ter de volta. Para se estar, aquela hora, no lugar habitual.
É na ausência que mais se dá valor à presença. É nos infinitos horários sem compromissos que se dá mais valor à rotina. É com a morte que se dá mais valor à vida.
Estamos sempre a lembrarmo-nos e sempre a esquecermo-nos disso.
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