quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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Quando se escolhe um curso, facilmente se fecha muitas das outras possibilidades de carreira.
E incrível como isso é taxativo. Como uma única escolha e capaz de mudar o resto da vida.
Dá vontade de olhar para trás e perguntar onde é que se estaria agora, caso se tivesse optado por outra coisa.
Provavelmente muitas das pessoas que conhecemos seriam diferentes. Certamente, essas escolhas, teriam-nos levado para outros sítios, para outras vidas. 

Eu gostava tanto de tanta coisa, que acabou por ser difícil traçar o caminho que queria seguir. 

No início, adorei a liberdade criativa de um designer. Amei todas as poucas disciplinas que tive e os projectos que fiz. Andei ali um tempo com design de equipamentos a pairar no ar.
Acabou quando percebi que não ia ter as provas de ingresso necessárias. Ups, sou de ciências..
Para sossegar ao vício transformo móveis, pinto paredes, pinto azulejos, pinto  rabisco quadros, enfim, o diabo a quatro.

Mais tarde, via-me perfeitamente numa redacção, a escrever.
Mas tive medo desse bicho que anda para ai, chamado desemprego. Não tive coragem. Não tive audácia. Pode parecer irrisório mas era sempre escolhida para escrever para o jornal da escola, ganhei alguns prémios, era sempre escolhida para ler " a composição do teste" e tive textos meus expostos na biblioteca. Pediu-me, ainda uma vez, uma professora se podiam usar um texto meu (?). Eu disse que sim e ela transformou-o numa carta, que enviou para todos os professores e todos os funcionários do agrupamento escolar, porque o achou um alerta cívico - e que todos precisam ler -. Senti-me honrada, mas, mesmo assim, não sabia se era boa o suficiente. O facto de isso acontecer não era um argumento assim tão sólido, mas era uma semente.
No fundo, pode parecer irrelevante todas estas coisas, mas era o que tinha naquela altura.
Mesmo assim, achei que  teria de ser extremamente boa na escrita, nas palavras, para arriscar jornalismo.. e eu não tinha essa certeza.
Como sempre fui de ciências evitei o desvio e poupei os "então mas tu andaste em ciências!?". Mas ficou-se-me a paixão. Ficou-se-me este blog, que me satisfaz alguma da vontade de escrever.

No 12º segundo descobri o curso perfeito. Arquitectura paisagista, ora tenho a componente artística da coisa aliada a botânica, matemática, física, que me eram mais familiares. Pronto, acabou a minha busca. Só que, enquanto todos concorriam com a nota de Geometria Descritiva eu concorria com a nota de Matemática A. Contas feitas - não entrei. Malditas décimas que me andaram a atormentar e por quatro ou cinco lá se vai um sonho, para onde não o vemos mais.

Acabei em saúde pela magia do "poder ser útil e ajudar os outros". Facilmente me conformei. Que era a segunda área de opção, depois da arquitectura. Pude finalmente usar as provas de ingresso, para as quais estudei, ufa, estava difícil, mas pronto.
Espero ter encontrado o meu caminho.

A todos os pobres coitados que vão concorrer agora, pensem bem, com calma no que querem.
No fundo, é apenas uma decisão, mas que acaba por poder mudar uma vida inteira.

2 comentários:

Nocas disse...

Estás em que curso? eu sou de medicina dentária. Sempre sonhei com medicina, acabei por concorrer só na segunda fase a dentária e agora não quero sair por nada. E pensar que ia ficar um ano a fazer melhorias quando me deu um xlique e candidatei-me... Se não me tivesse passado pela cabeça a brilhante ideia, não sei de todo onde estaria agora...

Eva Luna disse...

É incrível as voltas que a vida dá. Também pensei em ficar um ano a fazer melhorias, mas achei que ia enlouquecer se o fizesse.
Agora não sei como seria se não tivesse onde estou.
Mas ainda bem que foi assim, o que importa é cada um encontrar o seu caminho e ser feliz.
Apesar de atribulado, lá encontramos o nosso :)

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