Em noites de insónia, como esta, a minha mente é muito dada a divagar por pensamentos que vão alternando entre o parvo e o muito parvo.
A história de como tudo começou com o meu homem é digna de muitos ohhhh!! tão fofo, excepto em alguns detalhes. Conhecemo-nos na noite, numa discoteca e deviam ser por volta das 3/4 da manhã, que é o que fica de toda a bonita love story desse dia, em que, dado a esses mesmos factos, facilmente se ignora todos os detalhes que fizeram daquela uma noite tão especial.
Por isso, creio que a adaptação da história aos familiares mais sensíveis deve passar por uma versão mais light dos factos.
Dado que agora, 4.30 da manhã de segunda-feira só consigo imagina uma situação em particular.
Momento em que conheço os país dele - coisa que ainda não se verifica. Em que estamos todos a jantar muito civilizadamente, até que a pergunta surge, vinda de um qualquer familiar mais curioso, ou até só mesmo para fazer conversa.
- Então, como é que se conheceram?
- Ahhhh.. Foi numa discoteca, eram p'raí 4 da manhã..
Hum?? Não fica bonito. Imagino logo o cenário em redor.
A avó dele engasga-se de imediato.
A mãe pensa: oh meu deus, o meu único filho com uma leviana, que anda p'raí até às tantas na noite, onde é que já se viu..
E o pai pensa: deve ser fresca deve..
Por isso, acho que fica mais simpático dizermos:
- Estavamos ambos na biblioteca e fomos buscar o mesmo livro.
- Estava a rezar o meu terço diário, quando pedi um sinal divino e o seu filho apareceu e eu entendi logo que a minha vida ia mudar..
- Estava na minha aula de ponto-cruz quando o vi passar pela janela e nunca mais o esqueci.
Pelo menos, assim não deixa a impressão aos meus queridos futuros sogros que o filho deles namora com uma rameira. O que, parecendo que não, é sempre agradável.