Jantares de família ou holocausto - como preferirem...

E sou do tempo em que as minhas reuniões familiares eram uma coisa bueda gira.

No entanto, já passaram alguns anos desde essa época. O que é facto é que eu também já gostei mais de algumas pessoas da minha família do que, efectivamente, gosto e desconfio que estes dois factos possam estar intimamente ligados.

Enfim, apesar de todos saberem que coisa  já não é o que era, continuam a insistir.

Todos os anos há um dia em que teimam em fazer uma reunião com a família toda. Assim all day long, tipo maratona.

Contudo, era capaz de ser giro se:

- Não estivessem presentes os meus 20 primos de 2º e 3º grau, emigrados em França, que vêm para cá nas férias.

- Se o meu tio conseguisse, de facto, decorar o meu nome. Ou de algum outro sobrinho.

- Se as minhas primas não se achassem a elite. A nata da nata.

- Se a minha prima, médica, não passasse o dia a beber cerveja e a fumar maços atrás de maços.

- Se os meus tios não insistissem em ir para a piscina, mesmo sem saberem nadar.

- Se a minha mãe não andasse TODO o dia atrás de mim com "Então, já comeste?", "Só comeste isso?", " Eu vou-te buscar comida, que tu não comeste nada". Repetindo isto o dia todo. Tal e qual, como seu eu tivesse 4 anos ou então estivesse em estado vegetativo, sem qualquer capacidade motora de me alimentar sozinha.

- Se não tivesse que cumprimentar 60 pessoas, assim de rajada. Ainda por cima estão sempre pessoas extra-familia, tipo o contabilista, a família do contabilista, o primo daquele que é amigo de uma tia, o casal que é amigos dos tios, etc etc.  E eu não sou uma pessoa assim dada a grandes confianças.

- Se não contratassem uma banda filarmónica para ir lá tocar. Dor! Muita dor!

- E, por fim, se o dia não fosse passado com as crianças sempre a correr de um lado para o outro, aos gritos e a chorar. Isso é que era realmente um máximo.

 

 

Enfim.

Vou perguntar ao namorado se quer ir. Acho que depois desta descrição ele deve estar tentadíssimo...