Diminutivo de valens, valentis. Quer dizer “valente, forte, vigoroso, cheio de saúde".
É preciso nascer-se valente quando se nasce de um monstro, quando não nos calhou em sorte ter alguém que nos cuide, que nos proteja acima de qualquer coisa.
Desculpa Valentina por não te protegermos, por nós, sociedade, não termos percebido, antecipado e te protegido. Desculpa aquilo que sofreste, os anos que te tiraram, os sorrisos que te roubaram.
Não há justiça possível nesta situação. Anos de cadeia não apagam a dor que te causaram, não devolvem as gargalhadas que te tiraram. Desculpa que te tenha calhado alguém, que ao ver-te morrer, não tenha tido a humanidade de perceber o erro e ter chamado socorro, de perceber a monstruosidade do que estava a fazer, do que te estava a roubar.
Valentina que estejas hoje em paz, sem medo, sem receio, em segurança, que tenhas agora aquilo que não tiveste em vida, que onde estiverem tenhas tranquilidade, que é algo que nós, cá, não temos, enquanto soubermos que há pessoas assim e que pode ser o vizinho do lado, o senhor pacífico lá da fábrica, a senhora que frequenta a mesma aula que nós no ginásio.
Que a tua partida sirva de alerta, para que os educadores, as famílias, a sociedade prestem mais atenção e que se salvem outras Valentinas.
Hoje estás no coração de todos nós.
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