Ofereceu-me 2 bilhetes para irmos ver os Coldplay.
Não sei como conseguiu, mas conseguiu e eu ainda estou a assimilar a informação.
Yeeeey!
Ofereceu-me 2 bilhetes para irmos ver os Coldplay.
Não sei como conseguiu, mas conseguiu e eu ainda estou a assimilar a informação.
Yeeeey!
Hoje dei por mim a pensar que este não seria um bom Natal, porque estamos com problemas sérios com a casa, que nos tem deixado muito preocupados e desanimados.
Depois percebi que tenho que mudar o chip. Aqueles problemas não podem ofuscar a alegria de nos reunirmos todos com saúde.
Um mau Natal será quando provavelmente já não estaremos todos e já não haja nada que possamos fazer, senão tentarmo-nos apaziguar com uma situação drasticamente diferente.
Este é um bom Natal, sempre que tivermos saúde, que as pessoas que gostamos, sendo família ou não, esteja bem será sempre um bom Natal, apesar de tudo o que esteja a acontecer. É um bom Natal mesmo que nem todos possam estar presentes, mas estejam bem e à distância de um telefonema, de uma videochamada.
Percalços acontecem, problemas acontecem. É difícil não nos deixarmos tomar pela preocupação, pelo receio, mas depois precisamos continuar a viver e a lidar com o que estiver por vir. Firmes, fortes e felizes mesmo nas dificuldades, sobretudo nas dificuldades.
Problemas vão sempre acontecer, problemas de saúde, com os filhos, com a casa, com o carro, mas ainda assim é Natal e, se tudo correr bem, estaremos vivos e brindaremos a isso.
Bom Natal!
Concorri a um passatempo no instagram em que, para participar, era preciso comprar um determinado número de artigos da marca e depois criar uma frase.
Fui ver os preços e os artigos mais baratos eram preparados para bolos de caneca.
Vou literalmente andar a comer bolos de caneca até ao Natal!
Quem já me acompanha há mais tempo sabe que estou sempre à procura de promoções e descontos e vouchers. Enfim, you know me!
Como tínhamos que comprar uma prenda de aniversário, para oferecer, ficamos de olho na promoção da Tiffosi. Que é do género: fazes 100€ em compras e dão 50% de desconto na compra seguinte.
100€ são basicamente duas/três peças. Não é preciso muito.
Vimos um casaco que é do estilo daquela pessoa que ia fazer anos e dissemos: "vamos aproveitar a promoção" a achar que íamos ter metade do valor da compra em saldo para a compra seguinte.
Exemplo: gastas 100€ e ficas com 50€ para gastar na compra seguinte. Perguntamos à menina na loja se era assim e ela confirmou.
Afinal não era nada disso. Ia Eva Luna toda lampeira, a achar que ia comprar uma ou duas peças "de graça", e chegou à caixa e disseram: "só com dois artigos não lhe compensa ter gasto mais de 100€ na primeira compra, esta campanha dá 50% de desconto nos artigos nesta compra seguinte, então faça já as compras todas do Natal, para rentabilizar o que investiu." Ou seja, se um artigo for 20€, paga-se 10€. Deixei os artigos e fomos ontem os dois ver o que podia justificar comprarmos a metade do preço
Amigos... assim se gastam 190€ na Tiffosi, por parte de quem "não ia comprar nada". Aplausos para estes génios do Marketing da marca.
Contudo acabamos por comprar coisas úteis (ou pelo menos é o que nos dizemos, para nos convencer).
Compramos:
1 Casaco para oferecer;
1 Casaco para o marido;
2 Camisolas para ele;
2 Pares de calças para ele;
3 Pares de calças para mim.
Verdade seja dita, eu já não tinha calças de ganga e, para além disso, as que tinha já estão rompidas ou me apertam nas pernas. Como passo o dia todo sentada já não é admissível estar todo o dia desconfortável. Vesti hoje calças novas e são mesmo um conforto incrível, sinto-me nas nuvens (o que é um exagero, são só umas calças!), mas acho que estou a estranhar tanto o conforto porque estava super habituada ao desconforto, o que parecendo que não... não é nada giro.
Sinto que a primeira fase da vida é sobre nós, ficamos autocentrados e o que importa é o nosso umbigo. Nada é mais importante, nem sempre damos o devido mérito aos nossos pais, à nossa família, muitas vezes até tornamos a sua difícil tarefa ainda mais extenuante e nem nos apercebemos. O que importa é o que queremos, e que tem que ser tudo para ontem, os dramas dos amores correspondidos e não correspondidos, enfim. Tudo sobre nós assume absoluta importância, se encaixamos ou não no que a sociedade espera de nós, se nos misturamos com os nossos pares, se somos aceites.
Depois vem a segunda parte da vida, onde percebemos que há coisas maiores que nós, que olhamos para trás com um olhar muito mais claro e desembaciado, onde reconhecemos mesmo as coisas mais simples. Onde já importa mais ter paz, do que ter razão. Aos poucos já não é sobre nós, é sobre manter laços saudáveis, sobre os projetos que fizemos e que assumem mais importância, é sobre nós "podermos esperar", as prioridades são a casa, os filhos, manter o emprego.
É um equilíbrio difícil. Eu o marido temos falado sobre esse tipo de desafios. É-nos pedidos que sejamos empregados motivados, empreendedores a part-time, pais dedicados, maridos e mulheres presentes, filhos atentos, contabilistas organizados numa vida cheia de surpresas inesperadas.
Passamos a ter vários papeis e precisamos de fazer um exercício de malabares, para manter equilíbrio.
Apesar de em poucos anos passarmos para o fim da pirâmide de Marshall, acho que importa olharmos para nós, trazermo-nos de volta, percebermos que antes de tudo isso, nós também somos importantes e que só temos estas fichas para gastar numa viagem, que não dá direito a repetição. Colocamos demasiado peso sobre nós (eu pelo menos) e nem sempre é necessário, torna a viagem mais difícil.
Por isso, é realmente importante aproveitar a viagem. Celebrarmos as conquistas, as pequenas vitórias, estender a manta e sentar, respirar fundo, dar graças e recentrar.
Sabem aquelas pessoas que são genuinamente boas pessoas?
Eu conheço algumas pessoas dessas. Sabem daquelas que estão sempre prontas a ajudar, mesmo que desconhecidos, que doam, que pagam coisas quando sabem que alguém precisa, mesmo que nunca tenham visto as pessoas antes. Que o lema é "ajudar, uma vez que eu não levo nada comigo desta vida"? Sendo que isso inclui ajudar a família, vizinhos e filhos, o mais que possa? E que poderia apoiar ainda mais estes últimos não fosse este ímpeto de ajudar os outros?
Ok, agora a lista encurta mais, provavelmente os dedos de uma mão seriam mais que suficientes para a grande maioria de nós.
Alguém que gasta da sua reforma, para além das despesas já descritas, mais de 200€ em comida para animais abandonados todos os meses, alguém que vai a correr com um gato de rua para o veterinário, porque este tinha sido atropelado por alguém e se prontificam a fazer o possível para o salvar, assumindo os encargos, mesmo que o desfecho esteja quase traçado?
Agora ficou difícil. Ninguém faz isso.
Ontem uma dessas pessoas, aqui em Aveiro, um homem, foi, tal como faz habitualmente, levar ração a animais abandonados. Ao voltar para casa viu um um casal a discutir e não interveio, a coisa começou a escalar e o homem começa a apertar fortemente o pescoço da mulher, ele aproxima-se e pede "que conversem".
Foi a última coisa de que se lembra. Foi deixado sozinho, inconsciente, numa hora em que não passava ninguém, era noite, estava a chover e a maioria das pessoas estava tranquilamente em casa, foi deixado com um ferimento grave na cabeça, por onde perdeu imenso, imenso, sangue. Foi abandonado pelo agressor e pela vítima, que se tornou cúmplice e que não teve hesitações em abandonar, sem providenciar qualquer tipo de auxílio, o desconhecido quem a estava a tentar impedir que a asfixiassem.
Esta pessoa teve que ir de emergência para o hospital ser assistida. Esta pessoa tem 70 anos, um quadro de hemorragia craniana interna que inspira cuidados e não apresenta qualquer forma de poder ser considerado uma ameaça e mesmo assim foi agredido de forma incompreensível.
É nestas coisas que se perde fé na humanidade. Quando estiver com ele vou dizer-lhe para que não se arrependa nunca de fazer o bem, mas que, por favor, não o faça de novo.
Amigos, que andaides à procura de presentes de Natal (eu acho meio cedo, mas como já vi meio mundo louco no fim de semana passado, na promoção dos brinquedos do Continente, já está a valer).
Vendo 2 bilhetes para o Harry, preço de custo, não pretendo fazer fortuna, como os estupores que limparam os bilhetes do concerto dos Coldplay, para os venderem ao preço de um T2 nas Amoreiras. Também troco por 2 bilhetes para os Coldplay. Pago a diferença, se for o caso.
Pessoas do estrangeiro, que viveides fora, eu sei que estaides aí, que eu vejo nas estatísticas dos acessos, caso quereides 2 bilhetes falaides comigo e certamente ireides fazer 2 filhos/primos/tias/afilhadas, que sejam fãs do jovem, muito felizes no Natal.
Nota: Venda segura, sem esquemas, sou eu própria que estou a vender.
Cada vez que vou ao supermercado sinto-me na Gucci. Já vi maças a 4€/kg, iogurtes (1 pack de 4 a 3,99€) e dou-me sempre ao trabalho de tirar foto, meio que a não confiar no que os meus olhos estão a ver.
Depois sinto que tenho 78 anos, porque o que me ocorre pensar é: "ainda em lembro de comprar 1kg de cenouras a 0,35€ e agora estão a 0,80€". É mais do dobro. Com a massa igual, com a carne sinto o mesmo.
Dou por mim a pensar se devia reajustar-me, mudar as compras que faço, andar mais em cima das promoções comprar em mais quantidade de alimentos menos perecíveis e com mais validade, quando os preços justificam.
Não sei muito bem o que mudarei no futuro, mas com o preço das casas e rendas nestes valores, com estes preços na alimentação (que podem no futuro estabilizar, mas que nunca vão baixar aos preços de há um ou dois anos atrás) fico realmente na dúvida de como se consegue gerir um orçamento familiar.
É meio que assustador.
No início do ano decidimos marcar este dia, de férias, para se quiséssemos fazer uma viagem. Lembro-me do marido dizer isso expressamente, porque ele nunca diz, e isso ficou gravado na minha memória.
Mal sabíamos a viagem que vinha aí. Hoje entrego a chave do apartamento que foi casa nos últimos 6 anos, onde na porta ao lado moravam amigos e havia jantares e bombons na porta sempre que chegamos a casa. Onde me roubaram cuecas do estendal numa véspera de Páscoa. A sala que foi escritório partilhado, ginásio e lavandaria na quarentena.
E mudamos para a nossa casa, casa que fica perto da praia, vamos morar para onde fugimos sempre ao fim-de-semana. Vamos ter jardim e o marido vai ter um escritório, onde o carro não tem que entrar com os espelhos fechados e nós sempre a medo.
Andamos a correr atrás do nosso sonho. Não é uma casa de "sonho" como os nossos amigos estão a comprar ou construir ou procuram, mas cumpre o nosso sonho. Um sonho com pés na terra, tal como nós. Tem tudo o que precisamos e nós demos tudo de nós e continuaremos a dar, porque a casa exige esse trabalho. Durante o processo não a mostramos a ninguém, talvez por vergonha, pelo medo das palavras ferirem, quando já estávamos, nós próprios, assoberbados.
Hoje entrego a chave. Hoje é um marco, um marco do esforço que passamos este ano com uma casa em obras, a tentar ver além do óbvio. Vieram paredes abaixo, tipo querido mudei a casa, lixei e pintei portões, paredes, onde carreguei lixo de obra sem fim, onde o marido partiu a aliança.
Está muito esforço nosso marcado naquelas paredes, naquelas janelas.
Quisemos realmente muito e demos tudo de nós. Fico feliz por ver as coisas a ganhar forma, a parecer-se realmente com uma casa,
com a nossa casa.
Não se desce escadas a correr, de meias. Não se desce escadas a correr, de meias. Não se desce escadas a correr, de meias. Não se desce escadas a correr, de meias. Não se desce escadas a correr, de meias. Não se desce escadas a correr, de meias.
Escorreguei e bati com as costas nas escadas.
Não recomendo. Autch!
Em época de terceira fase no ensino superior (oi? que fase? isso existe? - eu sei, ninguém quer saber da terceira fase) não me posso esquecer dos trifásicos. Eu fui um deles.
Na segunda fase entrei na universidade que queria, mas num curso de engenharia, que nem sabia ao certo para que servia. O meu pai ficou empolgadíssimo porque a localização da universidade era super conveniente. Dormi com a notícia da colocação e acordei com a sensação que estava tudo errado. Falei com os meus pais e decidi nem sequer me matricular, nem sequer para garantir a vaga, e concorrer na terceira fase. Foi arriscado. Concorri à última fase e fui ter ao curso e à cidade onde tudo fazia mais sentido. E fez. E fico muito feliz por ter tido força para ouvir o meu instinto, para explicar aos meus pais que "algo não estava bem".
Quem chega na terceira fase chega em desvantagem. As aulas já começaram, as praxes já começaram, já só sobram as casas más, os grupos já estão formados, as dinâmicas já estão estabelecidas. Cheguei e tive um exame na semana seguinte, falhei redondamente, como seria de esperar.
Hoje, independentemente da fase, olho para o ensino superior como algo muito ingrato sobretudo no que toca ao alojamento. Como é que há a coragem de pedir 300, 400, 500€ por um quarto? Não imagino a sensação de cumprir um objetivo de vida, ex.: entrar no curso de sonho, na cidade que queriam, fruto de anos de esforço e pedirmos aos pais que arquem com 500€ de casa, propinas, mais contas, mais passe, mais alimentação, traje, livros, fotocópias, viagens a casa, mais um café ou jantar de curso. Só falando no ensino público. É um assombro!
Eu tive essas questões em consideração. O privado ficou logo fora de questão, embora o meu irmão tivesse seguido para o privado, dez anos antes. Talvez por estar a par dos custos seria incapaz de pedir isso aos meus pais. A cidade também foi determinante, não me candidatei aos grandes centros, Porto por causa do preço do alojamento, nem Lisboa porque era uma miúda que toda a vida tinha vivido num aldeia, que não gostava da cidade em si (sorry!), achei que não tinha nada a ver com quem cresceu a brincar na rua e a voltar de noite para casa, não me sentia estava minimamente preparada para ir para lá. Cheguei a concorrer para o Algarve, sendo eu do distrito do Porto, mas recusei-me a concorrer para a capital.
Tenho o máximo de respeito pelos pais que suportam este nível de encargos, pelos estudantes que sentem este peso nas suas costas, pelos trabalhadores-estudantes que trabalham para conseguirem estudar e que contam moedas.
Fui estudar para o interior, pagava 125€ a, no máximo, 150€ de quarto, (quartos enormes com casa de banho privada) pagava as propinas mais baixas do país e tive direito a bolsa de estudo. Nada disto foi ao acaso. Tudo isto tinha sido calculado, apesar dos meus pais nunca terem dito absolutamente nada em relação a isso, mas eu estava hiperconsciente de tudo. Acho que desde cedo me tornei super racional a nível financeiro, com fases de menor clarividência, claro, mas ainda assim consciente.
Uma enorme ajuda foi uma conta poupança que os meus pais me fizeram, por incentivo do meu irmão, especificamente para o futuro na universidade. Acabou por ser muito importante, o meu pai ficou desempregado nessa altura, a minha mãe também não trabalhava e, apesar disso, aquela salvaguarda não foi precisa, uma vez que os custos eram "comportáveis", mas era um conforto enorme saber que "estava tudo bem".
Agora, claro que há cursos e universidades específicas que só se conseguem nos grandes centros e é uma pena que para cumprir um sonho, os pais e os estudantes sejam completamente extorquidos por rendas absurdas. Eu com 300€, há 10 anos, pagava quarto, despesas, viagens a casa, comida, tudo o que precisava. Agora 300€, em muitos sítios, não se paga nem o quarto.
Quero muito um banco deste género ou de madeira para colocar no final da cama, contudo sem ter que criar conta na OnlyFans para ter que o pagar, se souberem onde encontrar avisem!
Fomos recentemente a um casamento, como já tinha dito aqui, e não é que de repente estou no meio dos amigos do marido e à minha volta está tudo a fumar. Isso ainda se usa? Não estava a par. Na nossa mesa os fumadores estavam constantemente "aflitos" por sair para fumar. A dependência, vista de fora, é um bocado assustadora.
Na outra semana estava a tv ligada no programa da Mafalda Castro e estavam a comentar que, perante a falta de tabaco, havia pessoas no BB a chorar por causa da privação.
Uma das melhores decisões da minha vida foi, quando na única vez que me ofereceram tabaco, ter dito que não. Se estão à procura de um sinal para deixar de fumar aqui fica, eu presumo que seja super difícil, mas estar dependente e algo para se estar bem também é. Bora chegar ao final do ano olhar para trás e perceber de 2022 foi o ano em que deixaram de fumar.
Na nossa casa acabamos com o conceito de banheira e bidé.
Passamos a ter 3 casas de banho e só temos duche e sanita. Qual o motivo de termos coisas que não usamos? Ganhamos espaço e são menos coisas que requerem manutenção. Uma amiga nossa, que esteve grávida, contou-nos que só conseguia subir para a banheira com ajuda e foi suficiente para nos convencer de que a banheira tinha que ir embora. Com a idade, cirurgias, gravidez... para tudo se torna um inconveniente.
Então não é que foram os Globos? Vamos lá à roupitxa.
Esta semana tive uma folga e o feriado. A folga foi dedicada a lixar um portão e o feriado a pintá-lo.
Amigos, está que parece outra coisa. Não tanto o depois que esteja incrível, o antes é que era assustador. Parecia o portão de uma quinta abandonada, de um filme de terror. Ok, menos drama, mas parecia muito mal, estava cheio de ferrugem, dava um aspecto de casa abandonada, sem dúvida.
Como a tinta é super espessa, e mal se espalha, torna-se uma tarefa difícil e apesar de já estar na "to do list" há imenso tempo só agora consegui efetivamente fazê-la.
A próxima tarefa vão ser: pintar um roupeiro de branco (Desejem-se sorte!), fazer portas de roupeiros diy (preciso de uns paineis do Leroy Merlin que estão esgotados) e tratar dos jardins. Baby steps!
Boa semana!
Este fim-de-semana encerramos as festividades sociais (casamentos e batizados) do ano. Thank god! Estes últimos dias ficaram caros, é tudo o que eu posso dizer.
Mas não deixa de ser importante fazer parte dos dias felizes das pessoas que nos são próximas, sair da rotina e estar com amigos.
Comprei dois vestidos novos e não usei nenhum. Andei a reciclar coisas que tinha lá por casa e tenciono vendê-los na Vinted, porque ao experimentar já não me sentia nada confortável, nem com um nem com outro. Prefiro ir com um vestido antigo e sentir-me confortável na minha pele, do que um novo em que não me sinto bem.
Não marquei cabeleireira nem make, porque foram os dois eventos do fim-de-semana foram em locais onde não conheço ninguém de confiança, então eu própria desenrasquei a coisa e percebe-se perfeitamente que há um motivo para pagar por serviços deste género.
Estava eu a a dizer, há uns posts atrás, que o próximo mês ia ser animado, que ia mudar de casa. Puff!
Na fase de escolha dos empreiteiros tivemos orçamentos de todos os tipos, estávamos super cientes da dificuldade da escolha. Numa das compras que fizemos no marketplace (sim, sempre procurando pechinchas, you know me) um casal a quem comprámos um móvel novo, no Porto, contou-nos que estava a vender as coisas porque o empreiteiro deles fugiu com 17 mil euros. Autch! So-co-rro.
É, de facto, uma escolha importante. Escolhemos um dos mais barato e que nos pareceu mais honesto. Claro que isso não vem na cara das pessoas, mas fomos pelo feeling.
É um brasileiro, que se percebe que veio para trabalhar e para lutar pela vida. Até à data mantemos uma opinião sobre ele, tem uma equipa de 4 pessoas e a obra estava a andar até que a carrinha dele avariou. Pois que ele agora não está a conseguir arranjar a carrinha, que é imprescindível para ir buscar o material e para o transporte dos funcionários, que se recusam a ir trabalhar nos seus carros.
Como tal, não é preciso perceber de matemática para perceber que a obra vai atrasar algumas semanas, o que é uma chatice, vamos ter que pagar mais uns meses de renda, contas e tudo a duplicar. Nesta história também temos pena do senhor, que tem ido para lá sozinho e de bicicleta, a fazer o melhor que consegue na situação possível.
Nós lá em casa já temos algumas coisas em caixas, afinal temos que começar por algum lado e se deixarmos tudo para o fim será, sem dúvida, mais stressante. Temos muito que fazer, mas que neste momento não conseguimos dar grande resposta. Não é possível ir levando nada entretanto, não conseguimos ir limpando porque eles ainda vão sujar bastante, estamos numa fase de impasse, como já tivemos várias. Relembro que fizemos a proposta pela casa em Abril.
Vamos ver como corre daqui para a frente.
Queria criar um grupo de apoio para todos aqueles que, como tal como eu, não conseguiram bilhetes para os Coldplay.
Temos que ser fortes malta!
Agora a sério, estou super triste e desmoralizada, porque não sei o que raio conseguiria fazer de diferente para ter bilhetes, sendo que acampar seja onde for não é opção. Passei anos a ouvir o marido dizer "fogo, perdi os Coldplay no Dragão", eu própria passei anos a ver vídeos no youtube dos concertos e nem com 4 (4! gente, 4!) conseguimos o raio dos bilhetes. Não vos contei mas no casamento o meu fofinho fez um vídeo incrível, que mostrou a toda a gente nesse dia, ao som de quem? Coldplay.
Se tiverem comprado a mais, assim na emoção, e não precisem deles (disse ninguém, nunca) eu compro 2.
Vamos ser fortes!
Hello people, are you fine? Lembrei-me mesmo agora que não estou no Algarve, desculpem.
Não estou, nem estive. Tirei duas semanas de férias que foram essencialmente para passeios ao Leroy Merlin. Uma ida às Maldivas tinha ficado muito mais barata. Uns vão para o Algarve, nós decidimos ir todos os dias a lojas de bricolage, enfim, gostos.
Fomos um dia à praia, mas apenas isso.
Já decidimos uma data de coisas, já gastamos muitos, mas muitos, ordenados, já voltamos da casa animados e já voltamos com "eck, está tudo na mesma". A coisa está a andar, mas é um processo lento e desgastante. Percebemos bem aquelas pessoas que pagam mais, entregam a obra e o empreiteiro trata do resto. Não foi o nosso caso.
No outro dia fomos a Esmoriz de propósito comprar telhas em segunda mão, para substituir algumas telhas que estavam partidas e que já não se fabricam mais. O dia-a-dia é a resolver pequenas (grandes) coisas e eu já deixei de consultar o extrato bancário à muito tempo.
Temos que avisar que vamos sair da casa onde estamos, ainda não o fizemos, vamos ficar com a casa nova um caos porque as obras sujam imenso e teremos que limpar tudo e nos mudar em cima do "joelho", para não prolongarmos para outubro a estadia no apartamento.
Estou já a mentalizar-me para a mudança, que vamos ter tudo em caixas e que não sei quando tudo vai ter um destino, na nova casa. Queria um conceito mais "livre de tralha" possível, mas o balanço é difícil de conseguir, porque me parece que temos muita tralha em casa, sem grande utilidade, mas que depois esporadicamente são coisas necessárias.
Tenho que arranjar caixas (onde raio vou eu arranjar caixas?), tenho que fazer essa triagem, temos que alugar uma carrinha de mudanças, temos comprar coisas que vão faltar para nos mudarmos para lá.
O próximo mês vai ser "animado", mas vai ser por uma boa causa, fingers crossed!
E isso lembra-nos que isto é tudo um sopro, que coisas más acontecem a pessoas boas, que filhos podem ficar órfãos em idade em que só se deveriam preocupar em brincar e descobrir o mundo. Damn.
Daqui a nada faz um ano que casei.
Até ver recomendo, dou 5/5 no Tripadvisor, é uma experiência cara, mas boa e tem valido o investimento.
Oh meu deus. Não é que compramos uma casa? Sinto que precisamos (eu e o marido) de ficar quietos, em posição fetal, porque cada vez que damos um passo ou respiramos saem 2000€ da nossa conta.
Dar este passo, tal como já antevíamos, custa uma fortuna. Muitas pessoas só olham para o custo da entrada para o imóvel para calcular se estão ou não em condições de avançar, mas esse é apenas um de muitos pagamentos a considerar.
Pagamos o sinal à imobiliária, a entrada ao banco, pagamos o registo, o cancelamento da hipoteca anterior, avaliação do imóvel, pagamos impostos de tudo e mais alguma coisa, comissão de "aí querias uma casa? então pshhh cala-te", imposto de selo, selo branco (?), paguei coisas que nem em 17 anos na escola alguma vez ouvir falar.
Compramos numa fase em que está impossível comprar, mas que, no entanto, as pessoas precisam de viver em algum sítio. No outro dia ouvi uma agente imobiliária a dizer que alguém que tenha comprado uma casa em 2017 consegue hoje vende-la por, pelo menos, mais 50% do valor que a comprou. Isto significa que uma casa de 200mil é hoje vendida por, pelo menos, 300mil, num espaço de 5 anos. É uma loucura.
Vamos começar as obras tão cedo quanto o empreiteiro consiga, para podermos mudar. Até lá é tudo a dobrar, sinto-me mãe de gémeos, com a renda e a prestação, agua, luz, enfim tudo a dobrar, etc.
Já compramos o chão que vai ser instalado na casa e foi sensivelmente menos uma viagem às Maldivas. Não que já tivéssemos ido, que não fomos, mas por este andar também não iremos. Teremos, no entanto, chão, o que também não me parece mau negócio.
Já decidi que vou rotular os gastos de acordo com as férias que não vamos fazer. 3000€ de chão = menos uma viagem às Maldivas e assim sucessivamente. A minha mãe diz, e bem, que não podemos ter dois gostos. Por isso, é o que é, só peço que me deixem gozar com o processo, para mantermos a (pouca) sanidade habitual.
Contem que os próximos relatos de férias sejam algures do parque de campismo de Espinho, que tirando o vento, também não se está mal.
Agora a sério. Compramos uma casa. Num processo todo ele difícil. Uma casa que precisa de muitas obras e sabemos que irá precisar nos próximos anos. Foi, é e será um enorme desafio, apesar de tudo estamos muito contentes. Sinto que atingimos mais um milestone.
Obrigada por estarem desse lado.
Estes últimos tempos foram usados para gerir ansiedades.
Com o trabalho e a indefinição sobre o futuro, a voltar a desenhar planos B, C e D.
Com a questão da casa... finalmente saiu a data da escritura. Andamos em stress porque supostamente a imobiliária não ia deixar que a venda passasse para o segundo semestre e claro que no processo com o banco tudo mas mesmo tudo que poderia atrasar... atrasou. O cpcv passou do prazo, com o nosso sinal do lado da agencia. Tudo isto acabou por empurrar a escritura para o segundo semestre, mas aparentemente a imobiliária conformou-se e a escritura foi marcada e vamos poder dar seguimento ao processo. Finalmente!
Inscrevi-me numa formação contínua na Universidade do Porto e vou ter exame amanhã.
Entretanto tive covid. Passados 2 anos estava a achar-me incrível, mas afinal sou apenas uma comum mortal.
Aguardemos pelos próximos desenvolvimentos.
Durante toda a vida é-nos incutida a facilidade que é engravidar. Do género: cuidado! há um descuido, sai uma criança. Na minha aldeia, algures no distrito do Porto, mas longe de tudo, este cenário era recorrente: Os maridos trabalhavam fora, na construção civil, e as mulheres eram donas de casa. Uma gravidez nestas circunstâncias era o perpetuar de um legado de dificuldades. Not fun.
Nunca pensei sobre o facto de constituir família, o que eu sempre tive presente foi estudar, começar a trabalhar e organizar-me a partir daí. Distanciar-me de algo que podia comprometer a minha capacidade de fazer escolhas e não ficar subjugada a uma situação daquelas que eu via nos vizinhos do lado. Algumas das crianças com quem eu andei na primária são hoje mães de adolescentes com 15 anos.
Nesta fase, com 31 anos, começa a ser normal nos depararmos com as experiências dos nossos amigos e na percepção de que poderá não ser fácil, que muitos deles estão inclusive em processo de tratamentos de fertilidade. Só em amigos próximos são 4 casais, pelo menos. Não é algo de que se fale muito e deixa-nos a pensar.
Acho que só percebemos que queremos algo quando alguém nos diz: "lamento, mas não é possível". Tenho medo de ter passado grande parte da vida com este medo de engravidar e um dia alguém nos diga isto mesmo, bem sabemos como a vida é bem irónica most of the time.
Só há uma certeza... é que não vale a pena sofrer por antecipação, quando for, que seja o que tiver que ser.
Tenho uma amiga que encomendou roupa e que foi buscar uma tesoura para abrir a embalagem.
Ao cortar a embalagem cortou também o macacão que vinha lá dentro. 🙄
Não fui eu... Puff, eu algum dia fazia uma patetice dessas? Puff... eu sabia logo o que era a embalagem e o que era a roupa, por favor, nem ia continuar a insistir e cortar um buraco do tamanho de uma bola de ténis..
Samba, lá lá lá lalalalala lá lá lá laa laa.
Espero que o covid se mantenha longe para podermos ir uns dias para fora, tranquilos.
Já tinha aqui dito que queria mesmo era ir para Budapeste, Praga, Viena, aquela zona ali do mapa, que parece ser incrível e cheia de história. Contudo, agora é infelizmente impensável. Então vamos para perto, apenas tentar descontrair de uma série de coisas que foram e estão a acontecer. Também não se avizinham mais férias este ano, eventualmente todos os dias que sobrem será para obras e limpezas.
Estamos com o processo da casa a decorrer no banco, a avaliação bancária está a demorar mais do que o esperado, espero que não signifique nada.
Como temos a chave temos ido para a casa tentar arranjar algumas coisas e vou-vos contar... é preciso limparmos, seja o que for, 3 vezes para passar de imundo (nem é a limpo) é a, pelo menos, só sujo. Quem vivia naquela casa fez coisas inacreditáveis. Passamos horas só num pequeno jardim à frente da casa que era literalmente uma lixeira a céu aberto, eram dezenas de garrafas, plástico, rolhas, tudo o que possam imaginar.
Estamos na fase em que é difícil de imaginar como as coisas vão ficar, mas espero que aos poucos a coisa avance. Se pudéssemos íamos literalmente para lá arrancar tijoleira, chão, partir paredes.
Temos que decidir qual o orçamento que vamos escolher, o que é prioritário e o que pode ficar para depois. Acho que vamos gastar umas férias das Maldivas só em chão, por exemplo.
Eu, há umas semanas, fui a tribunal depor como testemunha, num processo que acaba por me implicar diretamente, caso não corra bem. Estou também a fazer uma formação todas as semanas na universidade do porto.
O marido vai mudar de empresa.
Muita coisa a acontecer, mas enquanto estivermos vivos vamos dando graças a isso e a estes "problemas", que enquanto forem deste tipo, no final das contas, está tudo bem.
Acho que nunca teremos ideia do que passa e do que sente uma pessoa trans. O desafio de ser-se olhado de lado sempre, do choque dos outros em pequenas escolhas, como a simples e básica ida à casa de banho.
Acabei de atender uma pessoa trans, um adolescente de 17 anos. Foi a segunda consulta, na primeira não querendo ser invasiva usei a informação de género para a ficha clínica e fiz por no discurso nunca definir o género, de modo a que fosse menos uma pessoa a quem se tivesse que justificar. Justificar por existir da forma que existe, por viver a vida que determinaram que teria que viver, mesmo se sentindo diferente.
Hoje abriu-se muito mais, falou concretamente dos desafios que esta condição trazia à sua vida, das dificuldades e pela saúde não ser a prioridade. Falou-me, sem aprofundar, que passava por coisas que são "chocantes" para outras pessoas, que tem problemas na escola, que vai reprovar de ano, mostrou-me fotos de desenhos de um homem a apertar o pescoço a uma mulher, falou-me de violência doméstica, de uso de drogas, na obesidade que decorre de um escape, que é a alimentação.
Falamos muito e com calma, definindo objetivos, materializando um plano de ação. Baby steps - dizia ele, baby steps. Saiu da consulta motivado e a dizer que eu deveria ser psicóloga. Há pessoas que só precisam de ser ouvidas, em saúde vemos muito isso. Ouvir aquela pessoa, compreende-la é muito mais eficaz clinicamente do que qualquer medicamento ou ação terapêutica.
É importante sermos empáticos e educarmos os nossos filhos para a diferença. Caso não tenhamos reparado somos todos assimétricos, nós próprios, como que raio podemos ser iguais a outra pessoa, menos ainda sermos todos iguais, pensarmos da mesma forma. Oiço o que fala, mas não imagino o que vive, não imagino o terror que sente, as lutas que trava. É fácil, de fora, motivarmos, darmos força e sermos positivos, mas sei que tudo se esfuma em pouco tempo.
Espero ter ajudado a mover um grão que seja numa praia solitária, que pode ser esta vida, com a convicção de que as escolas, a sociedade, deveriam ter um papel muito mais ativo na inclusão de todos. Todos nós podemos fazer a nossa parte.
Estamos na fase de pedir orçamentos para a renovação da casa. Que assombro, os preços que se praticam de mão de obra, dos materiais nem vamos falar e olhem que a casa precisa de tu-do, realmente tudo.
Resta a dúvida: escolher um orçamento mais barato, que vai mais de encontro com o que queremos gastar, apesar de com menos garantias ou um orçamento mais caro, mas em que as pessoas nos transmitem mais confiança, mas também mais caro, já disse mais caro, já? já?
Dilemas, decisions, decisions.
Não sei se perderam o vosso tempo já viram as considerações do ex-marido da Luciana Abreu no Goucha? Não, pois não? Eu explico, já sabem que para junk tv estou cá eu.
O rapaz não achou grande piada que a cantora lhe estivesse - alegadamente - sempre a pedir grandes quantias de dinheiro, que não devolvia. Isso e rituais de bruxaria.
A cantora que era aparentemente bem resolvida a nível financeiro, que tem uma produtora, uma casa com piscina, férias em Capri e Cabo Verde, etc etc, acabava por lhe pedir dinheiro que, supostamente, nunca devolveu. O jovem diz que lhe deu todas as economias e que pediu um empréstimo e ainda dinheiro aos pais para dar à cantora e que a mesma ficava sempre muito irritada quando ele falava nisso.
Ora ao que parece, alegadamente, a Luciana Abreu é tipo a nova impostora do Tinder...
Aqui é o local onde eu penso alto, não alto no sentido de grandeza, mas onde escrevo o que penso para perceber se percebo aquilo que penso. Confuso, né? Eu sei.
Ora ora ora... nós andamos à procura de casa há 2 anos. Definimos um budget inicial de 120.000€ para um apartamento, o que nessa altura nos parecia suficiente, dado o mercado à data, para um T2, por exemplo. Rapidamente começamos a sonhar com um pequeno jardim, com um bocadinho mais de espaço, em geral, e começamos a perceber que também podíamos ponderar embarcar em renovações para conseguir ter orçamento para algo maior.
Vimos casas em bruto, alvoradas, vimos casas velhas - a cair -, até ponderamos comprar uma num bairro, que não tínhamos bem a certeza se seria seguro. Ponderamos muitas coisas. Fomos ver apartamentos cheios de humidade e outros bem giros, mas acima daquilo que queríamos efetivamente pagar. Fomos ver uma "moradia" que nós não devíamos sequer ter entrado e que eu devia ter dito ao agente imobiliário que aquele preço era ridículo. Contaram-nos histórias do que faziam nos sofás onde estávamos sentados , assinamos um contrato de promessa de compra e venda onde os proprietários não apareceram e desistiram do negócio, fomos ver uma casa em que pediam 60.000€, que não compramos, e após a renovarem colocaram-na à venda por 400.000€.
Enfim, tem sido uma jornada.
Na semana passada fizemos uma proposta para uma casa, que foi aceite. Ainda ninguém sabe. Andei uns dias a dormir mal. Comprar uma casa é um passo assustador e eu que, normalmente, sou a destemida e a "vamos lá", dei por mim back and forward, num "vai não vai".
A casa precisa de obras e deve ter assustado quem lá foi antes de nós, uma vez que ninguém ofereceu o preço pedido, excepto nós, mas calculo também que se que deixássemos as visitas continuarem a acontecer alguém daria.
Precisa de bastante trabalho, vai ser um desafio, mas acho que neste tempo todo aprendemos uma coisa, que é: tudo se vende e nada é definitivo. Já vimos casas à venda que foram vendidas e passados uns meses foram colocadas novamente à venda.
Vai ser uma tentativa, com sorte vai correr bem e não sendo a casa dos nossos sonhos cumpre vários propósitos, caso contrário é apenas mais uma experiência na busca do nosso espaço, de um sítio que seja nosso.
Torçam por nós!
Acho que estamos todos incrédulos com o que se passou nos Óscares.
Achávamos nós que era impossível um ano pior do que 2021. Ahram, aí está 2022 sempre a surpreender.
O Will Smith vai e dá um soco ao Chris Rock. Depois de uma piada, sem piada, sobre a alopecia da mulher do Will vai o gajo e dá-lhe um tabefe.
Oh valha-me nossa senhora das estatuetas.
Fica difícil pensar em outros assuntos, quando há tudo isto a acontecer.
Pandemias, guerras, genocídios, vulcões em erupção.
Uma pessoa sabe que a história é cíclica, escusavam era de comprimir todos estes fenómenos em tão pouco tempo.
E vocês xuxos, que estão desse lado, eu não sei o que vos faz voltar, mas obrigada por isso.
O que gostavam que fosse tema? Têm dúvidas sobre o que fazer, hesitações de vida, em geral? Desabafos, inquietações. Têm uma situação que não conseguem expor a pessoas que vos conheçam e gostavam de uma visão externa, isenta? Confissões que vos pesem na alma e que gostavam de falar sobre isso. Ponham em anónimo e sigam com as questões. Terapia de grupo, questões, de que têm medo, do que sentem falta? Vocês que estão fora do país, como estão?
Vale tudo, menos falarmos de guerra, de covid. Sinto que todos passamos uns pelos outros, que metade de nós está absorvido em mil coisas, mas que partilhamos pouco, comunica-se muito, mas fala-se pouco.
E vocês como estão?
No início do ano tínhamos pensado que este ano faríamos a viagem que nós chamamos de tríade: Budapeste, Viena e Praga. Já há imenso tempo que queríamos fazer, mas como é uma viagem em que precisamos de mais tempo e de mais dinheiro de uma só vez, fomos adiando.
O marido já esteve na Polónia, eu o mais a longe que tinha ido naquele sentido, na Europa, tinha sido Croácia e gostávamos muito de aproveitar esta Europa, para nós desconhecida.
2019... 2019... éramos felizes e nem sabíamos.
Parece que estamos todos a assistir uma série da Netflix, não parece possível acreditar que em 2022 possam deliberadamente estar a morrer pessoas por conflitos deste género. Lemos nas notícias "70 mortos em ataque" e nem conseguimos processar no resíduo de pó, que a vida humana se torna.
Já todos perderam, todos, sem excepção. Quando isto acabar - e raios como demora a acabar - vai sobrar um país em ruína, milhares terão perdido tudo. A família, os sonhos, a casa, o emprego. Ódio gera ódio, os filhos destes homens vão crescer com o ódio da injustiça, vão questionar-se mil vezes sobre os porquês daquilo lhes ter acontecido. Vão existir russos que vão achar que foram injustiçados por sofrerem sanções do resto do mundo. Não vai ter fim.
Estes dias fiz um zapping pelos canais russos, não que perceba nada do que dizem, mas ainda assim... Parei num que tinha o nome "educational qualquer coisa" e era sobre videojogos de guerra. Pessoas a jogar com snipers a matar de forma precisa, tanques de guerra a passar por cima de carros civis, com o realismo que estes jogos já nos habituaram e os jogadores estavam ali super divertidos e o canal transmitia os seus jogos de guerra, de "estratégia". Ficamos perplexos e aterrorizados.
Temos que lutar para um mundo onde insto não seja "o normal", onde a morte não seja banalizada, onde o bom senso impere. Temo realmente pelo futuro.
Sou cidadã de um continente de primeiro mundo. Sou branca, heterossexual. Tive oportunidade de seguir para o ensino superior, de me dedicar 100% aos estudos, sem ter que trabalhar e estudar. Sempre que fiquei doente tive acesso a cuidados de saúde e a medicação. Sempre tive segurança em ter um teto, em ter comida na mesa. Nenhum dos meus pais esteve ausente da minha educação e crescimento. Não tenho memória de qualquer conflito armado no meu país. Tive uma infância saudável e feliz.
Eu tenho absoluta noção do privilégio de ter nascido na Europa, de sentir segurança, de ter paz. Esta situação veio abalar a segurança que eu achava inatingível. Devíamos ter aprendido tudo, porque a história já nos mostrou todos os cenários e todas as consequências dos atos de ódio e de guerra, de tudo o que decorre do que não seja a diplomacia.
Não somos nós os visados, para já, mas quando está um ditador no poder passamos a ser. Todos nós. Cada vez que se elege um extremista, um lunático, um radical estamos a colocar-nos, não só a nós como a todos, à mercê de caprichos de poder, estamos a permitir cada vez mais desigualdades, estamos a semear ervas daninhas em caminhos previamente desbravados. O poder é uma coisa que se entranha, que se apodera, que domina. Nas mãos erradas pode ser destruidor. Não sei se há algo que possamos fazer, mas sei que votar com sentido crítico é tirar poder a quem, nós percebemos perfeitamente, está sedento dele, a quem a humanidade é secundária aos seus ideias e crenças.
A história já nos ensinou tudo o que tinha para ensinar, errar hoje - na era da informação - não é ignorância é um ato criminoso. Todos os envolvidos, sejamos meros cidadãos ou governantes de potencias do G7, todos sabemos exatamente as consequências das nossas escolhas.
Hoje é um dia negro.
Depois de ver as notícias é impossível não se ficar petrificada com o que está a acontecer na Ucrânia. Saio de casa abalada com tudo o que vi, com a noção de que isto vai gerar refugiados de guerra na Europa, vai gerar mortos por causa de um tirano com o ego do tamanho do mundo, com a noção clara de que estamos a dar poder a estes lunáticos para fazer coisas destas, como demos deputados ao "coisinho", com a noção de que o poder é algo perigosíssimo, com a noção que a inflação vai subir, que produtos essenciais vão ficar mais caros e no que isso pode pesar para as famílias. Sai de cabeça baixa, realmente preocupada.
Hoje foi o dia em que me fez imensa confusão ligar a rádio comercial onde estava a dar os Foo Fighters com Waiting On A War, e estar a ouvir coisas como "I've been waiting on a war since I was young. Since I was a little boy with a toy gun"...
Wow, era escusado passarem músicas temáticas. Há uma alma ali que pensou "ora, está tudo isto a acontecer, vamos procurar músicas com o guerra/war na letra." como se fosse um dia de são valentim, com o "all i need is love" ou o "all i want for christmas is you" em dezembro.
Seguido de uma rubrica de comédia.
Hoje não me apetece ouvir músicas de "guerra", nem histórias hilariantes logo de manhã, nem tão pouco gargalhadas. Hoje apetece-me silêncio, porque o barulho das bombas, dos mísseis, do medo já é, por si só, ensurdecedor.
Na semana passada andei muuuuito estranha, dores de cabeça, mal-estar geral, humm.. não sei não.
Este fim-de-semana decidimos ficar por casa e vimos o vencedor dos Globos de Ouro, na categoria de melhor filme, e fortemente indicado aos Óscares: O poder do cão. Para quem tiver insónias este filme é, certamente, terapêutico.
Comprei mais umas coisas para o meu hobby! Yeeah. I'm so excited.
Consegui vender na Vinted e só queria despachar mais mil coisas que tenho em casa a ocupar. Já disse que devia fazer uma limpeza ao armário, não já? O problema é que penso "mas isto ainda está bom, ainda posso voltar a usar" e depois a peça não volta a ver a luz do sol nos próximos 3 anos.
Ah, também vimos o Impostor do Tinder (spoiler alert!) e óh-meu-deus. Como é que alguém consegue ser tão sacana? Como é que outro alguém faz uma dívida de 250mil euros em empréstimos rápidos, cujos juros devem ser monstruosos por um "desconhecido"? Como se sai de uma dívida assim? Até que ponto o dinheiro não é o motor da ilusão destas mulheres? Se fosse o perfil com mesmo jovem, fisicamente igual, com a mesma conversa, mas que andasse num Fiat uno, até que ponto suscitaria interesse, elas se apaixonariam em 3 segundos e lhe emprestariam dinheiro para uma sandes, sequer? Não acho que a culpa seja delas, acho que ele montou um enredo, credível - até certo ponto - e surreal, logo de seguida, e que elas caíram.
Na cabeça dele ele deve considerar-se um justiceiro, do género: "não sinto culpa porque estas mulheres só se interessaram por mim pelo dinheiro e pela vida que eu ostento, são mulheres que se aproveitariam da minha posição e do que eu teria, então vou eu aproveitar-me delas", para de certa forma conseguir viver com aquelas decisões, ele destruiu centenas de vidas, roubou cerca de 10 milhões, dívidas que são as vítimas que estão a pagar, em alguma coisa ele se deve agarrar para conseguir, sequer, dormir depois de tudo.
Não tem justificação possível o que ele fez, mas ele montou um esquema, que o salvaguardou, e que parece um esquema de filme. Depois de roubar 10 milhões ele conseguiu sair, de certa forma, ileso. É algo surreal, mas também um alerta, não só para este tipo de esquemas, mas para alguns perigos quando se conhece alguém desconhecido, sobre as suas verdadeiras intenções, nas situações que nos colocamos em perigo físico e psicológico, nas decisões que tomamos de forma impulsiva e que podem ter consequências catastróficas nas nossas vidas. É um mundo estranho.
Eu disse ao marido que nós fomos uma espécie de Tinder pré-histórico, ao contrário. Ele ficou muito confuso com o conceito. Eu explico: Conhecemo-nos como se conheciam as pessoas "antigamente", em festas, em interações sociais, em que se conhecia primeiro a pessoa fisicamente e não pelas redes sociais e que "ao contrário" porque ele não tinha um jato privado, mas um Toyota Starlet de 1980. Ele tinha um "bolinhas", não me fez contrair nenhuma dívida, a única coisa que me fez contrair foi matrimónio, por isso o que mais é que eu posso pedir, hum? Se não é o sonho, nos dias de hoje depois de ver este tipo de documentário, não sei o que é...